A trincheira do bolso

Dados publicados hoje no Poder360, com base no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), mostram o que vem sendo a prevalência dos militares no Governo Jair Bolsonaro e a foto não é boa.

Em valores corrigidos pela inflação, o investimento na Forças Armadas ajudam a explicar o desfile de tanques obsoletos, soltando fumaça, na Praça dos Três Poderes: nunca se investiu tão pouco nos meios de defesa nacional: R$ 8,7 bilhões, menos que todo o período “petista” ao qual acusaram de desprestigia-las, exceto – e por pouco – o ano de 2015, quando a crise política derrubou as contas do segundo governo Dilma a uma situação de anormalidade, com a ascensão de Joaquim Levy, o “Mãos de Tesoura” festejado pela direita.

A queda no que deixou de ser aplicado em armas e vetores, como aviões e submarinos, avançou no Governo Bolsonaro, em relação ao de Michel Temer, a 11%,

Mas a trincheira do bolso foi largamente fortalecida. Em média, os níveis das remunerações e demais gastos com pessoal, os gastos com pessoal se mantiveram estáveis pelos 8 primeiros anos da década de 2010, basicamente recompondo-se as perdas inflacionárias. Mas escalou 13% desde o início deste governo, e não foi por aumento de efetivos, mas por elevação dos soldos, em geral por acréscimos em gratificações e os ganhos obtidos com a pseudoreforma previdenciária dos militares, que elevou os ganhos do médio-alto oficialato.

Mais um petardo na imagem das Forças Armadas, o de passar a impressão que a sua fidelidade depende de sua remuneração e não do fortalecimento de sua função de estar pronta para a defesa do país.

A não ser que tenha passado a considerar isto acessório, enquanto o principal passa a ser intimidar a própria população.

Aí, não precisa investir: o velho tanque de 50 anos que passou lançando fumaça serve como “dragão da dependência”.

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