Jair Bolsonaro deu hoje o seu mais ousado passo na luta – que para ele é prioridade – para destruir o que resta da expressão política de Sérgio Moro.
“É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”.
Pule a autolouvação de proclamar-se o único líder da face da Terra a só escolher auxiliares á prova de corrupção, proeza que nem Jesus Cristo conseguiu, vide Judas Iscariotes.
“Eu acabei com a Lava Jato” é algo que nem os governos petistas atreveram-se a dizer e a fazer, ao contrário, deram todas a garantias para que o poder de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público fosse exercido.
Mas, sim, creio que é possível dizer que Bolsonaro acabou com a Lava Jato ao acabar com Sergio Moro com um expediente realmente simples, aquele que consiste em explorar a vaidade, a ambição e a vã pretensão de se considerar invulnerável, todo-poderoso, incontestável.
Sergio Moro, pela gula de poder e pela pretensão de que foi possuído, depois de passar anos sendo incensado pela direita, pela mídia, pelos empresários, pelo governo norte-americano achou que no Ministério da Justiça ficaria com todas as luzes e que, desmanchado Bolsonaro por seu próprio comportamento tosco, seria dele a cadeira presidencial.
Seu destino – “melancólico”, como diz o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro – é desaparecer e é preciso que o golpe final (o reconhecimento de sua suspeição) seja dado para que se desarticule o que resta dos “Proud Boys” que a Lava Jato gerou no Ministério Público, no Judiciário e na Polícia – a Federal, especialmente.
Parece estar se desenhando uma vontade delirante de Jair Bolsonaro q provar-se, de fato, mito, enfrentando Lula numa disputa em 2022, servindo-se de tudo o que a Lava Jato produziu de ódios e calúnias, sem Sergio Moro para simbolizar o moralismo, propriedade particular do ex-capitão, talquei?