Argentina em ‘meia’-moratória. A obra dos neoliberais é o desastre

O governo argentino anunciou uma moratória dos títulos da dívida pública de posse dos investidores institucionais, embora prometa -em parte – honrar os detidos por investidores privados. Ao mesmo tempo, disse que quer renegociar a dívida de US$ 56 bilhões com o Fundo Monetário Internacional.

Nem dá para discutir o quer todo mundo sabe: desde 2015 a Argentina “livrou-se do estatismo populista” e seguiu à risca o receituário neoliberal.

Quebrou.

Está, no dizer dos economistas, em “default”. No popular, no “calote”.

Agora, esmera-se em deixar um situação de terra arrasada para seu virtuais sucessores, Albero Fernández e Cristina Kirchner que, nas pesquisas, abrem mais de 20 pontos de vantagem sobre Maurício Macri.

É de se esperar uma nova forte desvalorização da moeda argentina amanhã.

E os efeitos colaterais aqui, inevitáveis.

O dólar abre amanhã num rali altista – dá-se, “de barato”, R$ 4,20 – e talvez nem adiante o Banco Central queimar reservas.

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13 respostas

  1. Espero que a população argentina não caia no conto dos facebooks e whatzaps da vida, instrumentos de propaganda do reacionarismo internacional.

    1. Argentino não costuma ser tão otário de cair em papo de rede social. Elegeram o Macri em rejeição aos governos peronistas anteriores e agora, devido ao fiasco total do heroizinho neoliberal, vão para a mão contrária e votarão no peronismo moderninho do Fernandez e da Cristina. Duvido que sejam convencidos por fake news com a mesma facilidade que os nossos conterrâneos aqui na bananalândia.

      1. Além disso, têm o exemplo do país vizinho, mostrando o risco que é se deixar levar por fake news.

  2. Investidores institucionais – bancos, seguradoras, fundos de pensão, etc – são gestores de recursos de pessoas físicas. Ou seja, seus fundos de investimentos ou planos de previdência tem cotistas que são investidores individuais. Se o governo dá o calote nos institucionais, evidentemente está dando o calote “terceirizado” nos individuais também. Ou alguém acha que os bancos, etc, vão engolir o sapo do calote sem repassar o prejuízo aos seus cotistas?

    1. Lá atrás, Domingos Cavallo quebrou o país e as cavalgaduras da direita culpavam os Kirschner. Agora parece que estão culpando a esquerda

  3. A maioria esquece mas as vitórias eleitorais obtidas pelas forças de esquerda na América do Sul aconteceram depois da passagem do primeiro tsunami neoliberal e seu rastro de destruição. Esse segundo tsunami tem sido mais destrutivo que o primeiro porque vem destruindo a frágil construção democrática duramente erigida. Eles já não têm mais esperanças de por de pé aquela distopia do “livre” “mercado” (ou do Estado mínimo para a maioria e máximo para o 1%). Trata-se agora da pura pilhagem, da destruição das esperanças e das forças políticas e sociais que podem conter essa onda os terríveis escombros que ela vai deixar pelo caminho. Temos, depois que essa loucura passar, um país e um continente a reconstruir.

  4. Quando o Bolsonaro afirmou que a Amazônia já não é mais do Brasil, ele queria dizer que é de quem?

  5. Agora, vai ser assim. Quando eu não puder pagar minhas dívidas, vou avisar a meus credores que estou “reperfilando vencimentos”.
    É que ficaria feio dizer que estou dando calote, não ficaria?
    Bem, não tarda para o Brasil também “reperfilar” seus vencimentos!

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