Atraso da Coronavac é manobra da guerra da vacina

O adiamento da submissão à Agência Nacional de Vigilância Sanitária dos estudos da fase 3 da vacina criada pelos chineses e que vai ser produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, vê-se na Folha, parece ser mais um movimento tático nesta inacreditável “guerra da vacina” que, tristemente, ocorre no Brasil.

Em vez de divulgar a eficácia em estudo preliminar – o que estava previsto para amanhã – vão exibir os resultados em versão completa, semana que vem, simultaneamente, no Brasil e na China. Segundo a Folha, a aprovação no país asiático se daria em três dias e, com isso, a Anvisa ficaria sob pressão para liberar a Coronavac em 72 horas, como estabelecido pelo artigo 7-A do Artigo 3° da Lei 14.006, que havia sido vetado por Bolsonaro e foi restabelecido pelo Congresso e promulgado em agosto último.

Tudo indica que caminhamos para o mundo do absurdo: em lugar de médicos e cientistas, serão juízes que darão a autorização para o uso de um imunizante em milhares de brasileiros, numa odiosa politização da saúde pública, impensável em qualquer lugar civilizado.

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