Nada mais eloquente sobre a necessidade de máxima responsabilidade com a saúde pública que o exemplo da Inglaterra.
Duas semanas atrás, festejava-se o início da vacinação em massa – ou perto disso – e o horizonte aberto para a eliminação da pandemia.
14 dias depois, estão mergulhados no caos, com os principais centros urbanos bloqueados, fronteiras aéreas fechadas para toda a Europa em plena festa de Natal e a dias do livre trânsito de mercadorias que o Brexit representará.
Tal como aconteceu em março e abril, a Europa está, usem quantos dourados quiserem nas pílulas, em lockdown.
A capa do mais importante jornal econômico europeu , o Financial Times, não podia ser mais alarmista: “fora de controle” e “restrições podem permanecer por meses”.
Alguém, a esta altura, pode achar que os Estados Unidos não estarão, como há seis ou sete meses, vulneráveis a que sua situação sanitária, já muito grave, se deteriore ainda mais?
O pacote de estímulos à economia aprovado ontem, de quase US$ 1 trilhão, não foi o suficiente para animar o mercado, com empresas de turismo, aéreas e petroleiras puxando os mercados futuros para baixo.
A perspectiva de nova retração das atividades econômicas, neste momento, empurra o petróleo perto de 5% para baixo. E o dólar, refúgio do dinheiro em horas de incerteza, sobe perto de 1% frente a uma cesta mundial de moedas.
E ainda há – embora nunca se saiba o quanto há de teatral nisso – o último esforço de Donald Trump para “melar” o resultado eleitoral, o que – ainda que improbabilíssimo – tumultua o país.
Bem faz quem bota as barbas de molho quando as dos vizinhos se incendeiam.
A crise no Reino Unido e na Europa levará a pressões imensas sobre a nossa única fonte de vacina contratada pelo Governo Federal.
A hora não podia ser pior para termos imbecis e fanáticos no governo.