O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto disse, num evento para investidores, ter sido “uma surpresa” o salto da inflação em março, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançando 1,62%.
Só ele se surpreendeu, porque era evidente que o brutal reajuste dos combustíveis e a renitente subida do preço dos alimentos apontava para uma alta de cerca de 1,5% nos preços.
Que continuou na primeira semana de abril, segundo o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas.
Campos disse que a desvalorização do dólar “ainda não chegou nos preços”. Estranho, porque a trajetória de queda da moeda americana vem desde o início de janeiro e se aprofundou há mais de um mês e está “salvando a lavoura” da inflação faz tempo.
Campos Neto repetiu o discurso governista de que a inflação “está alta em todo mundo”, o que é verdade, mas não é solução.
Parece inevitável que, na próxima reunião do Conselho de Política Monetária haja uma elevação de mais 1% na taxa de juros oficial, mais um sopro de frio numa economia já estagnada.
O Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), diz que as vendas no varejo recuaram 1,56% em março em comparação com fevereiro e deverão ter outra queda, de 1,53%, em abril em relação a março.