BC sobe juros como esperado, mas fica sem munição com anúncio do Fed

A subida de juros da taxa Selic, em 0,5%, veio no esperado pelo mercado, mas antecipando uma “sinuca” para a autoridade monetária brasileira.

É que, pouco antes do anúncio, o presidente do Federal Reserve, o BC americano, Jerome Powell, disse que espera uma alta da taxa básica de juros do Tesouro americano entre 3% e 3,5% até o final do ano.

Como os juros foram para uma faixa entre 1,50% e 1,75%, isto quer dizer nova alta forte em fins de julho, sua próxima reunião o o próprio Powell disse que mais uma elevação de 0,75 ponto percentual é uma possibilidade para a reunião de julho -e outras, provavelmente menores, nas reuniões de setembro, novembro e dezembro, todas somando entre 1,25 e 1,5%.

Para acompanhar, ao menos parcialmente, a alta dos juros norte-americanos, teremos de elevar a nossa taxa Selic dos atuais 13,25 % para mais de 14% ao ano ou torcer para que a “ilha de tranquilidade” inflacionária seja aqui, em Pindorama.

Só que a baderna fiscal a que o governo se entregou para não deixar – ou pelo menos tentar – que a inflação não suba é, em si, um fator de desestabilização das já péssimas expectativas econômicas.

E o Banco Central sabe disso, como fica claro em seu comunicado agora à noite, ao estimar como chave para baixa da inflação “uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada.”

Isso deve acontecer. Mas, em ano eleitoral, dificilmente aliviará em muito a inflação.

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