Bernardo, de tão sensato, só falta tirar o sapato

Que se acuse a Veja de tudo, menos de ingratidão com os amigos.

O ministro Paulo Anatel Bernardo disse ontem que todo mundo sabia da espionagem generalizada dos EUA sobre nossas telecomunicações: “mandou um e-mail aqui, já foi pra lá”.

Mas em lugar de ser questionado sobre quais foram as providências que adotou, como ministro da área para proteger a inviolabilidade do sigilo que a Constituição garante aos brasileiros, ganhou foi elogios da revistona da Abril, na coluna de Ricardo Setti.

“Homem corajoso, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. É contra tapar a boca da imprensa. Diz coisas razoáveis sobre a economia. Reconhece problemas no governo. E, hoje, coroando uma trajetória de sensatez e razoabilidade raríssima entre altas autoridades do governo lulopetista, disse que “não é novidade” o caso de suposta espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) em relação a interesses do Brasil. Paulo Bernardo, a continuar assim, acabará sendo demitido — por ser sensato demais.”

Paulo Bernardo deveria ser demitido, não por “sensatez”, mas por pusilanimidade. Seu desejo de agradar o poder das teles – e vimos que onde estão as telecomunicações, estão as orelhas da CIA – é tanto que deixou, quietinho, que o Governo ao qual serve e a Presidenta que lhe deu o emprego de Ministro ficassem expostos à espionagem, já  que isso para ele “não era novidade”.

Desde quando isso é ser um “homem corajoso”? Ou será que coragem, para a Veja, é fazer como o chanceler de Fernando Henrique Cardoso, que candidamente tirou os sapatos para que fossem revistados pelos americanos, enquanto eles bisbilhotavam todas as nossas comunicações telefônicas e cibernéticas?

 

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7 respostas

  1. Se tem algo que me irrita nesse governo são: Azevedo e Paulo Bernardo (por serem do PT), há uma tralha pendurada aí, mas desses a gente não poderia esperar muito. Fora Azevedo, Fora Bernardo babão.

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