Eduardo Guimarães analisa, in loco, o protesto de jovens de classe média alta contra a Copa do Mundo, vulgo coxinhas, realizado ontem em São Paulo. E entrevista algumas pessoas das cercanias, para saber a opinião sobre a manifestação.
Protesto contra Copa revolta população em São Paulo
Por Eduardo Guimarães, em seu blog
25 de janeiro de 2014. Cheguei por volta das 17 horas à avenida Paulista para cobrir o protesto contra a realização da Copa do Mundo no Brasil que partiria do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se espraiaria pelo centro velho da capital, onde, para variar, terminaria mal.
Naquele momento, encontro a pista sentido Consolação interditada pela Polícia Militar, que, organizada em forte aparato, inclusive com cobertura de dois helicópteros, acompanhava a concentração em frente ao museu.
Quando cheguei, havia cerca de 300 manifestantes. Em algum tempo mais somavam uns 700, na melhor das hipóteses.
Para compensar o pequeno número, deixaram deserto o vão livre sob o Masp e ocuparam a pista dos veículos de forma a atrapalhar o trânsito e produzir sensação de maior número, até porque se misturavam com os transeuntes.
Na quase totalidade, eram estudantes universitários de classe média e alta. E alguns poucos homens e mulheres maduros e do mesmo estrato social. E muita polícia. Provavelmente, metade do número de manifestantes.
Conversei com vários integrantes do movimento, mas nenhum quis gravar entrevista. Contudo, consegui a informação de que, em grande parte, eram militantes do PSOL, do PSTU e da Rede (de Marina Silva).
Cartazes contra políticos, só vi contra Lula e Dilma.
Vários manifestantes estavam mascarados. Alguns começaram a vestir máscaras. Pouco antes das 18 horas, começaram a caminhar no sentido Paraíso, pela pista sentido Consolação.
Naquele momento, reparo que os transeuntes da avenida estavam todos do lado oposto dos manifestantes, na calçada da pista sentido Paraíso. Quase em frente ao Masp, um bar reunia dezenas de pessoas. Ouviam pagode, tomavam chope e comiam carne que o bar assava na churrasqueira que pôs na calçada.
Aproximei-me do bar e comecei a conversar com as pessoas. Quase nenhuma me permitiu gravar. Tive que pedir a mais de dez pessoas até encontrar quem aceitasse. Porém, recusaram-se a dar nomes.
Absolutamente todas as pessoas com quem conversei disseram que querem a Copa no país. E disseram que nem dão bola para essas manifestações que acontecem toda hora e que são “esquisitas” e “violentas”.
Entrevistei uma moça e um casal. A mulher do casal deu-me um depoimento interessante. Disse que quando Lula conseguiu que o Brasil sediasse a Copa, todo mundo aplaudiu. Ninguém falou nada. Agora já não haveria sentido em protestar.
Disse mais: que repudia os black blocs. E manifestou desconfiança de quem esconde o rosto.
Quando a manifestação chegou ao cruzamento da avenida Brigadeiro Luiz Antônio com a avenida Paulista, desceu a transversal rumo ao centro velho da cidade. No caminho, foi se dispersando.
Infelizmente, acabou a bateria do celular e não pude mais gravar imagens. Foi uma pena, porque os manifestantes passaram a promover arruaças.
Na avenida da Consolação, por exemplo, incendiaram lixeiras, quebraram vitrines e acuaram um homem em um fusca e lhe incendiaram o veículo. Desesperado, ainda tentou salvar o veículo. As pessoas gritavam para que saísse de perto, pois poderia explodir.
O sujeito sentou na calçada e pôs a cabeça entre as mãos. Estava chorando.
Os transeuntes, assustados e revoltados, pediam providências das autoridades. O clima de revolta no comércio e entre os que passavam podia ser sentido ao toque da mão.
Claro que não passa de uma percepção, mas acredito que essa tática do grupo “Não Vai Ter Copa” está sendo muito mal recebida pela sociedade. O efeito eleitoral que os grupos políticos por trás desse movimento pretendem pode se mostrar inverso ao que buscam.
*
Assista, abaixo, a compilação dos vídeos que consegui gravar com meu celular
ATENÇÃO: abertura do vídeo está com data errada (25-01-2013). Editei o vídeo e coloquei mensagem informando data correta (25-01-2014), mas essa etiqueta não aparece em celulares e tablets
15 respostas
Edu foi muito feliz ao destacar o depoimento do casal que pergunta porque black Blocs, gente mascarada para boicotar uma copa que foi aplaudida quando o país venceu a disputa para sediá-la. É isso mesmo, manifestação de respeito, de credibilidade é feita com cara limpa por cidadãos. E com argumentos que tenham por trás lutas sociais por um bem comum, não temas oportunistas e ‘infundamentados’ pela mídia corporativa e incendiária. O bem comum não é o interesse da oposição financeira nem midiática. Essa daí ganha de qualquer maneira, com copa ou sem copa. A gente vai poder ver as ‘autoridades políticas e a elite’ nos lugares de honra nos estádios feitos pelo governo Dilma. Eles não vão perder a oportunidade de sair bem nas fotos sociais das celebridades, nas manchetes mundiais.
clap clap clap
excelente matéria!
a caracterização “coxinhas” x “povo” ficou evidente.
Esse movimento contra a copa e simplesmente ridículo.
Mais tarde vem um “reportagem” da folha/estadão/veja/globo que segundo “interlocutores” de amigos próximos dos “transeuntes” que estavam na Av. Paulista são desfavoráveis à realização da copa.
Como é q Eduardo consegue fazer reportagem assim, na raça?
Que bom que nao lhe falta coragem e ele nao precisa de Editor.
À esta altura, os argentinos devem estar felizes ao verem alguns brasileiros confirmando o que eles dizem: que somos Los macaquitos de siempre
No centro de São Paulo, ontem, sábado (25), os baderneiros incendiaram o fusquinha do serralheiro, um trabalhador cujo automóvel velho era usado para fazer entregas de portões. Os autores desse crime “protestavam” contra a Copa do Mundo. Esses canalhas deveriam ser identificados, presos e condenados, além de pagar pelo dano causado. Uma coisa fica clara, esse é um movimento maléfico para a sociedade brasileira, portanto, contra o Brasil, merece total repúdio. [Chico Barauna, 26-01-2014].
Vamos começar esse debate perguntando ao pessoal do PSOL-Neonazistas-Skinheads-sonháticos Marina Silva,PSTU,PCO,Black Blocs,PFL,PSDB e PIG,quanto foi o orçamento e os gastos do Brasil com saúde,educação e segurança de 2007 a 2014?
Se essa turma conseguir provar que quem tem 8 bilhões de reais(valores gastos nos estádios,já que os outros gastos não é somente para a Copa)é mais rico do quem tem 1 trilhão,não está mais aqui quem falou.
Chega de cinismo e falsas preocupações,já que essa gente é os herdeiros dos caras pintadas de 92 que elegeram Collor em 89 e um mês depois do impeachment estavam elegendo Paulo Maluf prefeito de São Paulo.
Copa do Brasil, conseguida pelo Governo de LULA…que melhor que
isto….
Alguem consegue mais que isto, e as Olimpiadas no Brasil…
Tem gente que não se aguenta…os chamados apolticos..
“Disse mais: que repudia os black blocs. E manifestou desconfiança de quem esconde o rosto.”
Concordo quanto à desconfiança de quem esconde o rosto.
Lembrando que o ESTADO possui instituições que “escondem o jogo”, como os Policiais “à paizana”.
Pior, existe até um termo para as “máscaras” nesse mundo político de se esconder o rosto, chama-se “laranja”.
“escondem o rosto”
PSOL, do PSTU e da Rede (de Marina Silva).
Se é da rede, é de marina do PSB.
Se é do PSB , é de dudu fields campos.
Dudu apóia terrorismo? E aí, dudu fields?
Meninada bem vestida, semelhante à turma do MPL. A Copa, como o aumento da passagem, é mero pretexto, mas, todo mundo sabe, menos a maioria dessa meninada que serve como massa de manobra. O problema é que essa massa pode virar massa, mesmo, e comprometer uma festa com a qual o país tem tudo a ganhar, até essa meninada que pensa ser bem informada. Talvez seja o momento do governo federal entrar em ação e passar a se comunicar semanalmente com a população para informar sobre o que, realmente, se passa no país. Se o barulho das ruas se juntar ao jornalismo canalha que é feito diariamente pode-se perder o controle. E isso é tudo o que essa elite quer.
O que eu quero saber é por que essa polícia truculenta com os desvalidos como os usuários de crack e moradores de rua é tão branda com arruaceiros que cometem violencia desmedida contra moradores da cidade e contra o patrimonio público e privado. Como é na verdade um movimento contra Lula e Dilma a elite facista se cala e a pseudo esquerda que cabe em uma combi põe lenha na fogueira.
Podem ter certeza que existem entidades no Brasil e no exterior para financiar e apoiar novos Cabos Anselmos. Especialmente um novo tipo de Cabo Anselmo: o coxinha Anselmo. Sai o uniforme de marinheiro e entra o uniforme de coxinha de classe média alta, que vai para a passeata no carro que ganhou do pai.
Tem também aquele Anselmo, que não é coxinha. É idealista, bem-intencionado e até de esquerda, mas que com suas ações acaba fazendo ingenuamente o jogo da direita e pode abrir caminho para um novo Collor ou similar. Depois esse Anselmo idealista e de esquerda pode se lamentar de sua ingenuidade, mas vai ser tarde.