As pesquisas divulgadas ontem pelo Ipec, o ex-Ibope, mostrando a degradação, em aprovação e em viabilidade eleitoral, de Jair Bolsonaro serão um balde de gasolina na sessão de hoje da CPI.
É que as denúncias de corrupção na compra das vacinas indianas Covaxin, no mínimo cheia de “exceção da exceção”, misturando pressa nunca vista com outros imunizantes, pressões sobre a Anvisa, remendo de papéis oficiais e notas fiscais têm dois elementos que independe de provas técnicas para produzir efeitos políticos: a acusação parte de um aliado (e um aliado com intimidade até par levar a família, numa tarde de sábado) e não houve, ao tomar conhecimento da possível irregularidade, não tomou qualquer providência formal de apuração.
Portanto, será preciso desviar o assunto para, simplesmente, o confronto e o confronto o mais aberto possível, inclusive – não se descarte – o físico.
O “irmão-deputado” que avaliza a denúncia, por sua vez, tentará fazer da audiência o seu momento de herói, de olho na repetição dos votos de 2018, que lhe boiaram da maré bolsonarista. Quem já viu o comportamento dos “ex-bolsonaristas” ao longo destes dois anos nã tem razão para acreditar que será diferente.
A tropa de choque bolsonaristas vão preparadas para fazer da sessão um show de imundície, expondo o passado de Luís Miranda, que até semana passada era “anistiado” de todos os negócios que vão aparecer hoje.
À oposição, recomenda-se o low profile.
Esta não é a nossa briga e nem com eles ela é.
O assunto não são os Miranda: são Pazuello, Onyx e Jair Bolsonaro.
PS. Acompanho, ao lado dos jornalistas Leandro Fortes e Talita Galli, o depoimento da CPI, ao vivo, para comentarmos a confusão. Assista aqui no blog.