Bolsonaro desidrata ‘Terceira Via’ ao dizer que Lula ganharia com fraude

Uma das “vantagens” da selvageria do bolsonarismo é que, como na fábula do lobo e do cordeiro, seus argumentos não precisam ser razoáveis.

Voltou a dizer hoje, em mais um “sermão do cercadinho”, Jair Bolsonaro voltou a dizer que o presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso, “quer [uma] eleição suja e não democrática”, porque ele [Barroso] ajudou “a botar o cara [Lula] para fora da cadeia, torna elegível. E o Barroso vai contar os votos dele lá?”.

Qualquer um sabe que Luiz Roberto Barroso não só votou contra a soltura de Lula e contra a anulação de seu julgamento e condenação por Sergio Moro.

Não tem a menor importância, claro.

Tanto quanto Jair Bolsonaro não tem razão para desconfiar de urnas que, ao longo de quase toda a sua carreira parlamentar (e em 2018) nunca foram suspeitas por elegê-lo – a ele e ao filhos – por 20 vezes, também não há razão para crer nesta conspiração pró-Lula vinda de quem é o ministro mais anti-Lula do Supremo.

A nota lançada agora de manhã por todos os presidentes do TSE desde a Constituinte de 1988 – e, ainda, pelo ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o pleito do ano que vem – significaria uma reação fortíssima se vivêssemos uma situação normal, o que não pode batizar um quadro onde o presidente da República ameaça as eleições.

Mas não diante do que está ocorrendo, porque a fatos se responde com fatos, não com declarações, ainda mais quando os ouvidos do autoritarismo faz o Planalto surdo.

É preciso que Jair Bolsonaro seja imediatamente submetido a um processo judicial por atentar contra o sistema democrático. E não é possível que Augusto Aras, em troca de sua recondução à chefia da Procuradoria Geral da república, permaneça inerte, quando a República está sendo ameaçada.

Não pode haver esperança de que esta ofensiva vá parar apenas com o mimimi das “notas de repúdio”.

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