Na falta de explicações sobre as denúncias de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, Jair Bolsonaro apelou para a velha história do gatuno que grita “pega ladrão!” para distrair os circunstantes da tunga que está fazendo.
Hoje, sobre a razão de – segundo ele – o laboratório chinês Sinovac estar oferecendo vacinas da US$ 5, enquanto as vacinas processadas aqui pelo Instituto Butantan custam US$ 10.
Estranho: há dois dias a Sinovac Biotech Ltd. deu ao Butantan uma declaração reafirmando que só o Instituto pode comercializar suas vacinas no Brasil, com exclusividade, sem nenhuma referência a negociações com o Governo Federal.
Governo que, todos sabem, trata com antipatia e quase hostilidade as vacinas vindas da China.
Bolsonaro diz que mandou “a documentação” ao Tribunal de Contas, à CGU e ao Ministério da Justiça, sem dar mais detalhes.
A “documentação” da Covaxin, comprada através intermediários, cinco dólares mais cara, foi para o lixo, e acabou dando no que todos sabemos hoje.
Mas, ao que tudo indica, a politicagem contra o governo de São Paulo vai alimentar uma história de que “só há corrupção entre os adversários de Bolsonaro, esfregando na lama a imagem de um dos mais tradicionais institutos científicos brasileiros, o Butantan.
A esta hora, Dimas Covas, que já andava “pistola” com a história da compra “pirata” da vacina por Eduardo Pazuello, deve estar se preparando um coice monumental no presidente.