Bolsonaro é petista, general?

Nas páginas amarelas da Veja desta semana, Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência faz um exercício de cinismo, jurando um arrependimento por ter se envolvido em atos políticos sendo – ainda – um general da ativa.

Cinismo porque usa o exemplo do general norte-americano Mark Milley que, contrariando Donald Trump, disse que como oficial da ativa, não deveria estar numa manifestação política.

Ramos, mesmo louvando o ato do general dos EUA, anuncia orgulhosamente que fez o contrário, agindo como “observador” – ou espião, como queiram – numa manifestação oposicionista, a tirar conclusões ideológicas sobre o figurino dos manifestantes:

Só há uma coisa que me incomoda e me desperta atenção. Um movimento democrático usando roupa preta. Isso me lembra muito autoritarismo e black blocs. Quando falo em democracia, a primeira coisa que me vem à mente é usar as cores da minha bandeira, verde e amarelo. No domingo, fiquei disfarçado no gramado em frente ao Congresso observando o pessoal. Eles não usavam vermelho para não pegar mal. Mas me pareceu que eram petistas.

A ideologia cromática do general não funcionava assim quando as camisas pretas eram pró-bolsonaro, ou quando – há menos de um mês – um bando de paramilitares de camisa preta foram encontrar-se com o presidente.

Mas, à parte isso, o que faz o general pensar que eram petistas? “Pega mal” usar camisa vermelha? O senhor sabia que Jair Bolsonaro usava uma no dia 19 de abril, quando foi fazer sua pregação golpista em frente ao Quartel General do Exército, o Forte Apache de Brasília? Bolsonaro é petista?

Mas há pior na entrevista. Diz que o Exército respeita a democracia, desde que não se “estique a corda”. Só que o esticar a corda é a ação do Poder Judiciário.

Primeiro, diz que isso foi feito pelo decano do Tribunal, Celso de Mello, que fez um paralelo entre o que se passa aqui com a ascensão do nazismo da Alemanha, dizendo que Hitler matou seis milhões de judeus e Bolsonaro, não. Ou definindo que o TSE não deve dar atenção aos questionamentos sobre a campanha eleitoral de Bolsonaro, agora temperados pela revelação de uma rede de fake news empresarial.

Com todo o respeito, general, mind your business, cuide de sua área, porque ela não é, certamente jurídica.

O que deveria preocupar não é que o Judiciário, um poder independente, “esticar a corda”. É um general da ativa esticar a língua para falar bobagens e pretender dar lições a outro poder.

Fernando Brito:

View Comments (35)

  • Até o arco-iris incomoda o pensamento desses DESONESTOS E MEDÍOCRES encastelados no poder.

    Ora, afinal a vida tem que acontecer em conformidade com o pensamentos desses imbecis e imorais!

    Haja IMBECILIDADE!

  • Cada vez me convenço mais que nosso exército é hors concours na formação de imbecis e mentecaptos. As provas vivas disso estão aí bem na nossa frente, zurrando, relinchando e escoiceando.

  • Cada vez me convenço mais que nosso exército é hors concours na formação de imbecis e mentecaptos. As provas vivas disso estão aí bem na nossa frente, zurrando, relinchando e escoiceando.

  • O que esperar de um generaléco terceiro mundista, dos mais vagabundos ?

  • Eu já sugeri ao mesmo,que pra mim,ele não passa de um sargentão,e que deve ,isso sim,SE REDUZIR AO QUE SEMPRE FOI.Um sargentão de "m"!

  • Foi uma ameaça. Ameaça miliciana. Uma imoral ameaça aos brasileiros e direta ao ste.
    Se estes militares fossem patriotas a primeira coisa que fariam era pedir demissão deste governo danoso, péssimo e ridículo que nos enoja.
    Que desgraça!

  • Outro "GENERALECO DE MERDA.
    O "exército" tá pesteado dessas pragas.
    PQP !

  • Eu creio que a missão do Bozo está cumprida, ele disse que mataria uns trinta mil, então já passou muito, pois sua imperícia em ajudar a saúde, já morreram mais de quarenta mil. Mas, sejamos sinceros para cem mil falta um pouco né. Com a palavra o General e o Bozó!!

    • Olha, eu fiz alguns cálculos de alguns dos países que decretaram lockdown. Desde o dia em que foi determinado o lockdown, até o dia em que decidiram flexibilizar a quarentena, morreram entre 30 e 150 vezes o número de pessoas mortas até o dia do lockdown. Não estou exagerando. Fiz as contas com meia dúzia de países como UK, França, Alemanha, Itália e Espanha.

      Se seguirmos essa mesma tendência, se fosse decretado lockdown hoje, morreriam entre 1.200.000 e 6.000.000 de brasileiros até os números estabilizarem.

      Em vez disso, o que fazemos? Abrimos shoppings, academias e templos religiosos.

      Diversos países que são rigorosos na austeridade aderiram ao lockdown, auxílio emergencial e empréstimos facilitados e não vão quebrar por causa disso.

      Eu não tenho dúvidas de que a questão não é só a econômica. É a de um psicopata que realmente QUER ver muitos corpos largados na rua, por um prazer sórdido na morte principalmente de pobres e velhos. Se não fosse por isso, qual a necessidade de reabrir igrejas? E por que vetar os artigos da lei de enfrentamento à Covid que permitia ao síndico dos condomínios proibir festas e reuniões, e proibir temporariamente despejo de pessoas e empresas com dificuldade em pagar aluguel? Por que complicar e atrasar tanto a liberação do Auxílio Emergencial, se o Congresso já autorizou a despesa extra?

      Também vale a pena ler sobre o alerta do Átila Iamarino, de que as capitais que alegam ter a Covid sobre controle estão com surto generalizado de mortes por "Sindrome Aguda Respiratória Grave Não Especificada". Ou seja, Covid camuflada pela falta de testes. Que chega a ser até 9 vezes maior do que as mortes pela Covid "oficial".

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