É visível o temor de Jair Bolsonaro em confrontar a denúncia de que foi avisado de irregularidades na compra da vacina Covaxin.
Hoje falou a apoiadores no “cercadinho” do Alvorada e não negou que o deputado Luís Miranda tenha levado informações sobre isso, mas não confirmou a menção a Ricardo Barros e isentou-se dizendo que não pode sabert tudo o que se passa no governo:
“Ele [o deputado Luis Miranda] que apresentou [informações sobre a compra da vacina], eu nem sabia como é que estavam as tratativas da Covaxin porque são 22 ministérios. Só o ministério do Rogério Marinho [Desenvolvimento Regional] tem mais de 20 mil obras. [O Ministério da Infraestrutura], do Tarcísio [de Freitas] não sei, deve ter algumas dezenas, centenas de obras. Não tenho como saber. O da Damares [Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos], o da Justiça, o da Educação. Não tenho como saber o que acontece nos ministérios, vou na confiança em cima de ministro, e nada fizemos de errado”, disse Bolsonaro, segundo a Folha.
Bolsonaro segue se escudando no fato de que o pagamento e a entrega da vacina ainda não terem sido feitas, embora o contrato esteja assinado e a verba reservada por empenho. O caso, porém, é ele ter tido conhecimento de uma possível falcatrua e não ter determinado a apuração do fato.
Nem corrupção precisa ser consumada para ser crime e muito menos a prevaricação depende de que a malfeitoria tenha se concretizado.
Muito mais relevante é o fato de que o presidente está nitidamente intimidado com a história e não consegue e negar o fato de ter ficado sabendo do fato e ter se omitido de agir. Já disse aqui que ele sabe que falou a Luís Miranda e é por isso que tem o temor de uma possível gravação.
Exista ou não o áudio, está evidente que a fala, esta existiu.