Bolsonaro falará para as panelas

Daqui a pouco vai ao ar o pronunciamento que Jair Bolsonaro gravou, esta tarde, para, diz-se, exibir sua nova fase “vacinista”.

Não é preciso ser pitonisa para saber que sua aparição vai ser saudada com bater de panelas nas maiores cidades brasileiras.

Igualmente não se precisa ser adivinho para saber que o ex-capitão vai vociferar contra o fechamento das atividades econômicas e acenar com a fome. a depressão, quem sabe o suicídio, etc, etc…

Bolsonaro, embora saiba que precisa, mudar sua imagem, porque ela já chegou a um nível de degradação que já está causando um colapso de autoridade em todas as áreas do governo, inclusive no “seu” Exército, onde já se noticia a irritação dos comandantes – não dos generais palacianos – em serem exibidos como garantidores do desastre.

Ao mesmo tempo, porém, sabe que não pode mudar muito, porque suas próprias falanges não podem adotar um discurso que não seja o da irracionalidade, do fanatismo e do ódio.

Bolsonaro é prisioneiro de sua própria estupidez e incapacidade política.

Quando defenestrou Sergio Moro do Ministério da Justiça, abriu o caminho para que Lula, um ano depois, derrubasse nos tribunais tudo o que o impediria de ser, em 2022, o adversário que, ausente em 2018, permitiu sua escalada ao poder.

Quando espantou todos os aliados que teve no campo conservador, ficou de “dono do pedaço”, mas de um pedaço menor.

Bolsonaro é esperto, mas não é inteligente.

Hoje, quando aparecer na televisão, será um espectro. Um ex-Mito, no qual acredita-se cada vez menos.

 

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