A pesquisa Datafolha, que tem nova rodada esta noite (veja no blog os comentários sobre os números, por volta das 22 horas), vai dar a tônica da próxima semana da campanha.
Mesmo que se reduza a imensa vantagem de Lula sobre Jair Bolsonaro da rodada anterior, há duas semanas, ainda sobraria margem muito grande numa eleição que, como todos podem observar, está cristalizada faz tempo, com índices de definição de voto que superam os 80% no caso dos dois principais candidatos.
Bolsonaro apostava em uma situação muito melhor a esta altura, por conta do “Auxílio-Brasil” e dos vales que mandou distribuir. Mas, ao menos parece, os efeitos modestíssimos até agora registrados – e possivelmente confirmados pelas pesquisas internas da campanha – isso não lhe acrescentou votos no volume e na velocidades sonhadas.
Como, depois das “denúncias imobiliárias”, corrupção também passou a não ser um tema confortável para o atual presidente, a pauta da “ameaças à liberdade” passou a ser a única que se oferece e é das prediletas do alucinado “núcleo duro” do bolsonarismo, que cada vez mais se opõe aos políticos, que já não se iludem com o que a candidatura de Bolsonaro possa impulsioná-los, pois os “raiz” têm suas candidaturas muito bem delimitadas no campo do fanatismo.
Hoje, depois de um curto período de “quase trégua”, ele voltou a atacar o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, a quem acusou de querer “cada vez mais exercer um controle sobre o futuro” do país e de ciar “uma inteligência paralela”, por conta de ter estabelecido uma instância de contato com os comandantes das polícias militares, que são a primeira linha de prevenção a atentados eleitorais.
A menos que haja uma improvável alteração significativa nas pesquisas ( e esqueça as telefônicas, porque menos eficazes no interior e entre os de baixíssima renda), penso que teremos uma escalada na agressividade bolsonarista, até porque esta é a única alternativa que lhe está aberta agora.