Como era expectativa geral, os números do Datafolha, divulgados hoje, vieram em sintonia com as duas pesquisas publicadas na semana passada – a CNT/MDA e a Vox Populi.
Os índices de 39,5, 40 e 38% de reprovação, estatisticamente, são iguais e se parecem baixos para alguns do opositores de Jair Bolsonaro, são significativamente altos para um governo que apenas se inicia, depois de ter sido eleito com margem expressiva no segundo turno.
Não são, porém, ainda uma grande dor de cabeça para o ex-capitão, de manter sólido seu núcleo de apoio incondicional. Como ilustração, apenas, lembremos que na corrida presidencial, há um ano exato, Bolsonaro aparecia com 22% a intenções de voto.
Bastava então – e ele julga que basta agora – para inviabilizar o surgimento de qualquer outro candidato no campo da direita, o que segue sendo, ao que parece, seu objetivo político eleitoral.
Creio que a “advertência” da pesquisa identificada pelos dirigentes do Datafolha – “a estratégia contém o risco de reduzir ainda mais sua pregação apenas para convertidos, acentuando o que já ocorre nas redes sociais” – exatamente o que Bolsonaro considera ser seu “ponto forte”: manter um grau de adesão irracional e fanatizada e contar com o impasse que isso gera para outras forças políticas, que acabariam atreladas a ele por sua recusa em alianças à esquerda.
Ou não aconteceu isso há apenas 10 meses, quando apoiaram, por ação e omissão, Bolsonaro como um “mal menor” contra Fernando Haddad?
Reparem como Bolsonaro, mesmo tendo chegado ao governo quase três anos depois da derrubada do governo Dilma, praticamente só dedica ao PT suas comparações, críticas e até xingamentos.
Portanto, não vejo sinais de que o atual presidente tome estes números como conselhos à moderação e até mesmo a uma maior civilidade em seu comportamento e declarações.
Não é pouco, ao contrário ter chegado a ser presidente da República, ter submetido de forma humilhante militares, parlamentares e o Judiciário e ainda ostentar entre um quarto e um terço de aprovação ao um governo que não tirou o país do pântano econômico, que retirou direitos trabalhistas e previdenciários e que tem a sensibilidade de um paquiderme nas questões sociais, ambientais, diplomáticas, educacionais e por onde mais se observe.
Do ponto de vista do ex-capitão, convenhamos, ele tem mais do que seria, depois de tudo, racionalmente esperável.
O único ponto, este sim, que pode lhe ser alarmante é que deixou derreter depressa a gordura que tem a queimar, no últimos dois meses. Por enquanto, porém, não perdeu sua massa muscular.
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Roosevelt se aliou a Stalin, num dado momento, para evitar um mal maior.
Pelo visto, se fosse nossa elite empresarial, teria preferido Hitler.
"O Brasil, que deseja fazer parte da OCDE desde o governo Temer, era destaque. Entre 30 países, éramos vice-campeões de falta de mobilidade social, ao lado da África do Sul. Atrás, só a Colômbia. De cada dez filhos de famílias miseráveis, 3,5 morrerão miseráveis. “No Brasil, as circunstâncias dos pais desempenham um fator importante na vida das pessoas. O status econômico e social transmite-se fortemente através das gerações”, afirma o estudo. Para a OCDE, as pessoas em todo o mundo sentem-se deixadas para trás e que seus filhos têm poucas chances de subir na vida. Uma forma de estimular a mobilidade seria atacar a elisão fiscal usada por ricos para proteger heranças e doações, taxar mais os milionários e fortalecer as redes de proteção social. O contrário do que faz o Brasil, vide a reforma da Previdência em curso no Senado.
A Oxfam, uma rede global de entidades que estudam e combatem pobreza e injustiça social, não tem dúvida: a desigualdade “está fora de controle”. Chegou ao nível de “calamidade”, com o 1% mais rico do planeta dono de mais riqueza do que o resto. É o que afirma a versão de 2019 de um relatório que tem divulgado sempre que a elite mundial se reúne em Davos, na Suíça. Bolsonaro esteve lá em janeiro e comentou: “Até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios”. Sobre injustiça social no décimo país mais desigual, nada. Sobre combate à pobreza, que apostaria em educação. Só. "
https://www.cartacapital.com.br/economia/apesar-dos-resultados-pifios-governo-dobra-aposta-no-neoliberalismo/
Pois esse CAFAJA,foi ELEITO,pelo POVO CAFAJESTE,o de sempre,que depois de comerem no GOVERNO QUE AJUDARAM A MATER,viraram o PRATO.Esses sim,são os CULPADOS PELA CANALHICE DOS CANALHAS,que o são,com a permissão desse POVONHO DE MERDA QUE HABITA O BRASIL.Agora,não adianta chorar,se a VAGA FUGIU COM A SOGA.
“El viejo mundo se muere. El nuevo tarda en aparecer. Y en ese claroscuro surgen los monstruos”
Com esta frase de Gramsci termina um post sobre outro inimigo das instituições democráticas e da opinião dos cidadãos ,Boris Johnson
https://www.elcohetealaluna.com/lo-que-el-brexit-rompio/
A oposição deve investir no desgaste de Bolsonaro através da pauta ambiental. Essa foi a pauta que fez a classe média retirar seu apoio ao governo.
A classe média derrubou o PT usando como justificativa a luta contra a corrupção. Foi a mesma justificativa usada para o apoio a Bolsonaro.
Sabemos que a pauta anticorrupção era apenas uma alegação que não encontra suporte na realidade, ao analisarmos o voto desses eleitores em outros candidatos com histórico de corrupção. A razão verdadeira é uma mistura entre uma mentalidade colonizada, alimentada por anos de pregação ideológica de nossa mídia, e a perda de status social com a ascensão da classe C para a classe média.
Os anos que a classe média teve para solidificar a ideia da corrupção petista e a busca por um candidato sem essa marca, cria uma resistência para abandonar Bolsonaro e Moro por serem corruptos. Isso exigiria um episódio grave, fácil de entender e irrefutável. A vaza jato ainda não nos trouxe isso para Moro, e investigações sobre Bolsonaro e família ainda se arrastam. Isso ainda vai tomar tempo. Por isso, a classe média necessita outra razão para abandonar o governo. A pauta ecológica é excelente, principalmente acompanhada pelo impacto que isso causa na imagem do Brasil no mundo. Nossa classe média adora parecer sofisticada. O ecologismo cabe muito bem nisso.
E a pauta ecológica pode ser ampliada, explorando suas consequências na economia, na pauta de exportação e no agro-negócio, o núcleo duro do bolsonarismo.
Devemos explorar os danos do governo no meio ambiente. Essa é a rota de fuga que devemos oferecer à classe média para ela abandonar Bolsonaro.
Olá.
Segue um link de um vídeo do Eduardo Moreira sobre o governo bolsonaro.
É a visão de um economista que lida diretamente com o mercado financeiro.
https://www.youtube.com/watch?v=NS_2U2iC6w4
Vejam srs. Coxinhas idiotas, o cidadão só faz lambanças em todos setores do Governo mesmo com a sua rejeição que é muito grande, ainda tem coragem de falar em reeleição em 2022. Mas, estamos no mato sem cachorro, pois de acordo com andar da carruagem, este governo não tem sustentação política e seu vice é o papel carbono dele. O Judiciário está juntamente com o legislativo mais desmoralizados que mulher de zona (que as mulheres de zona me perdoem)
Brito,
Concordo plenamente com o que dizes acima. Traduzindo, Bolsonaro ainda tem muita força. O tsunami que caiu sobre ele e o seu governo, ainda não foi capaz de destruí-lo. Ainda falta muito para que isso venha a acontecer. Espero que aconteça.
Perfeito, Brito.
Concordo integralmente.
É que não tem outra.
Deram, a ele um script de uma folha só.
"arrebenta com tudo que puder, depois nós tomamos o poder numa boa."