Na sua live de hoje, vangloriando-se de termos já quase um milhão de atiradores licenciados, com um crescimento de 72% no número de lojas de armas e de 90% no de clubes de tiro, Jair Bolsonaro criticou Lula porque este iria fazer com que estes fossem ser transformados em bibliotecas.
É uma boa ideia, presidente, porque conhecimento e ideias são armas muito mais eficientes do que pistolas e fuzis.
Mas hoje, dia destas declarações, parece que isso é um revanchismo, um desagravo à ofensa que seu governo e os asseclas que colaboram com ele fazem de ofensa às bibliotecas brasileiras e justamente com a mais importante delas, a Biblioteca Nacional, cuja direção acaba de conceder ao brucutu Daniel Silveira, aquele condenado pelo Supremo Tribunal Federal indultado por Bolsonaro, a Ordem do Mérito do Livro, segundo nos conta Mônica Bergamo, na Folha.
Ouvido pela coluna, sequer soube dizer o nome da instituição: “”É uma honraria muito grande porque é em homenagem aos 200 anos da… ”
200 anos são da Independência, porque a Biblioteca é obra anterior, de D. João VI.
Brucutus não amam os livros, queimam-nos, em fogueiras e censuras, porque acham perigosos e tóxicos os seus conteúdos, as ideias. Este mesmo aí, que vai ganhar a medalha, invadiu o Colégio Petro II para vistoriar, como quem dá “uma dura” o que se ensinava nos livros de lá. Foi posto a correr, embora com seu corpanzil, por franzinos meninos e meninas que mereciam mil vezes mais aquela comenda.