Nos jornais de hoje, os ‘projetos’ eleitorais de Jair Bolsonaro: distribuir dinheiro para quem julga capaz de lhe proporcionar votos ou, quem sabe, uma maneira de estar armado contra os que lhe forem contrários.
Aumento para o funcionalismo, que caberá ao próximo governo pagar, informa o Estadão; reajuste de 32% nas bases de tributação (e de deduções) no imposto de renda da classe média e financiamento subsidiado de casas próprias para policiais militares, além dos planos para ampliar, em valor e em alcance, o Bolsa Família.
Bolsonaro espera que o efeito positivo destas medidas vá consertar o estrago que a pandemia fez em sua imagem, mas tem um problema – e imenso – para que isso aconteça: que a pandemia não volte a fezer crescer seus efeitos no Brasil e que o processo inflacionário, em alta furiosa, desacelere o suficiente para não elevar ainda mais os níveis de miséria dos segmentos mais pobres da população.
É improvável que, depois do nível de radicalização que impôs – e continua a impor – ao processo político, o ex-capitão consiga reverter o grau de desgaste que sofreu junto à opinião pública, mesmo com circunstâncias econômicas menos gravosas que as de hoje, porque a objeção a seu governo já escalou para a própria sobrevivência da democracia.
Ainda mais porque Bolsonaro não governa, não constrói políticas de desenvolvimento econômico. Sua obsessão segue sendo destruir e, quando isso ameaça virar desastre, fazer algum arranjo provisório.
Fazer arminha, seu mote em 18, não é reciclável para 22.