“Pelo amor de Deus, o povo que por ventura vote em um cara desses, é um povo que merece sofrer”.
A frase dita agora de manhã por Jair Bolsonaro para os gatos pingados que o aguardavam, como sempre, na porta do Palácio do Alvorada, não é apenas mais uma das grosseria estúpidas do atual presidente.
É, no fundo, a expressão do pensamento que anima a intolerância que, não só por ele, a tornar-se dominante no subdebate político que se tornou comum nos “gabinetes de ódio” que operam não só dentro do governo, de suas bases e em parte da mídia.
O povo deve ser castigado se não obeceder ao que desejam dele.
Acham-se capatazes de deuses; de deuses maus, vingativos.
Todos os que não pertencem a sua seita devem ser castigados.
Os defeitos e fracassos de suas ações não são sua culpa ou responsabilidade, mas culpa daqueles que não o seguem, que teimam em adotar medidas protetivas contra o vírus, que são “maricas” ou “comunistas”.
O fundamentalismo é assim: a não é só a falta de empatia com o outro, é odiar o outro, o diferente, o que não se dispõe a uma fidelidade canina (ou bovina).
E que, no extremo, é capaz de desejar a morte como punição.