A direita ex-bolsonarista – porque, afinal, foi bolsonarista, com mais ou menos vergonha, nas eleições de 2018 – está absolutamente baratinada.
DEM e PSDB, partidos que seriam núcleo de suas plataformas para 2022 mostraram-se não apenas controláveis por Jair Bolsonaro como irremediavelmente divididos em sua caciquia, o primeiro entre Rodrigo Maia e ACM Neto e o segundo entre Doria e Aécio Neves.
Não contem que o acerto Bolsonaro-Centrão não inclua 2022, como vem sendo dito por muitos analistas políticos.
Não é negócio fechado, mas é promessa de compra e venda destas para ser considerada.
Bolsonaro não tem partido e tudo indica que não venha a ter senão para cumprir formalidades. O próprio Aliança pelo Brasil, lançado em novembro passado, com fanfarras, urros e o sutil número (ou calibre) 38, está esquecido faz tempo.
Mas, desta vez, precisará de tempo de televisão, porque tem um governo – mesmo mambembe – que terá de exibir-se e defender-se.
Já os partidos do Centrão não têm candidato, salvo se algum dos nominados no título do post vier neles se abrigar. PP, Republicanos, PSD não são propriamente partidos com alcance que exceda o paroquial.
Esse é o plano, embora sujeito a uma evolução diante do provável crescimento da rejeição de Bolsonaro, à medida em que a economia não se recupera e que os efeitos da pandemia se prolonguem no tempo.
Mas isso é fator secundário no projeto eleitoral da extrema direita e das crostas políticas fisiológicas que aderem ao governo.
Importante mesmo é o clima de ódio, de divisão, de permanente duelo e desqualificação moral dos adversários. Manter o país assim é essencial para que o Brasil não recobre a razão.