Não se pode, é claro, pretender “adivinhar” resultados de pesquisas, como a do Ipec – o ex-Ibope – que hoje será divulgada pelo Jornal Nacional, com o impacto que isso gera sobre o eleitor.
Mas é possível dizer que é menos importante qualquer pequena variação das intenções de voto de Lula do que é, para Jair Bolsonaro, um resultado que o estacione ou mesmo o faça declinar com pequenas mudanças.
Mais uma pesquisa, hoje – a BTG/FSB – mostra que o “canhão” do aumento do “Auxílio-Brasil” – deu chabu e não mudou em nada a intenção de voto de seus beneficiários, entre os quais a liderança de Lula continua acima dos 50% e as declarações de voto em Bolsonaro seguem em 23%.
A cristalização dos votos é imensa (87% entre eleitores de Lula e de Bolsonaro) e deixa pouco espaço para grandes mudanças. As possíveis variações de Simone Tebet e Ciro Gomes podem se dever ainda ao efeito do debate na Bandeirantes, que não havia sido captada no Ipec anterior. A esperada subida de Tebet é um problema para Ciro, que é mestre em perder pontos em retas finais de eleições e, com isso, acabar levando seus eleitores para a disputa real.
O mapa eleitoral do Ipec, que reproduzo aí em cima, mostra uma vantagem muito folgada para Lula, mas deixa claro também que ele precisa que seus candidatos no Sudeste acelerem suas campanhas, porque não basta vencer, é preciso abrir frente para não dar chance a mais um mês de ameaças e jogo sujo eleitoral.
Este é o terreno preferido de Bolsonaro, é bom lembrar, e não dá para ficar dando chance para o azar.
A sua fragilidade tem uma relação diretamente proporcional à sua selvageria, ainda que ela lhe possa ser fatal.