Briga de moleques

Numa das dezenas de intermináveis post sobre este interminável caso do confronto Bolsonaro x Bebianno, escrevi que não conseguia afastar do episódio a impressão de que estava diante de um briga de moleques.

Não era impressão.

Começou com a molecagem da divulgação de um áudio onde Bolsonaro queria dar a impressão de que Bebianno não falara com ele.

Neste momento, estamos no degrau igualmente moleque de Bebianno divulgar mensagens privadas do Presidente da República. Outra molecagem.

Nem mesmo sem gravação um auxiliar deve, em nome da ética, revelar conversas privadas com seu chefe, a não ser como ajuda a recuperar memórias biográficas, depois de sua morte e, assim mesmo, cuidando de que não sejam retiradas do contexto em que foram ditas. Nunca fiz isso sobre nada que tenha falado com Leonel Brizola em 20 anos de convívio, nem hoje, 14 anos e meio depois de sua morte.

Nem se diga que o conteúdo da conversa tivesse qualquer interesse público. É, igualmente, briga de moleques: “eu disse, você não disse, foi você, não fui eu”.

Seria interessante saber o que os senhores militares, outrora tão ciosos de disciplina, hierarquia e lealdade pensam a respeito disso. Se é que têm tempo de pensar, tão ocupados estão na tarefa de ocupar o governo de forma moleque, porque se servindo da fraqueza moral e política do Chefe de Estado.

Parece que o governo da República é tocado sem qualquer conexão com a realidade, passando a ser apenas o exercício de vontades pessoais, do “quero” e do “não quero”.

Aliás, parece que não temos mesmo um governo na República, apenas um arranjo para fazer mudar as leis e implantar uma ideologia quase religiosa e fortemente diabólica para a população.

Talvez seja isso mesmo: não temos um governo, temos uma “molecagem de mercado” no poder.

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7 respostas

  1. Brito,

    Transformar em molambo os Bozos faz parte da estratégia dos generais golpistas, os mesmos que não só permitiram o episódio “Tem que manter isso, viu!?”, gravado por Joesley Batista, mas depois disso trataram de garantir a permanência do fantoche até o fim do mandato. Aliás, os generais golpistas já governam desde meados de 2016, quando assumiram também o comando do judiciário. Golpistas, vira-latas, entreguistas, esses generais são também covardes, pois não querem assumir o ônus de chefiar um governo que está nas mãos deles há 3 anos.

  2. Um ponto do texto merece destaque: os militares que apoiam esse desgoverno são tão moleques quanto a famiglia Bolso. Sabiam de longa data das molecagens do capetão e estão achando que vão tomar o poder e ninguém vai perceber isso.

  3. Caro Brito, concordo com tudo no texto… Talvez um pequeno remendo, onde se lê moleques, troque por comparsas, cai bem ao que assistimos neste ano horrorizados com tudo !

    1. Vou sugerir outro: “Presidente da República” deveria vir assim, entre aspas, ou acompanhado de adjetivo que indique que, atualmente, o cargo é uma fraude.

  4. Entendo e concordo com vc, mas não se trata nem d governo, nem d chefe, nem d ser humano pelo menos mediano nesse contexto q enfrentamos. Como disse o Kiko Nogueira, não estamos lidando com um Mujica. Então, penso q seria mais útil às vidas q estão indo embora devido a insanidade dessa família, QUE S EJA INCENTIVADO: FALA mais, Bebiano.
    #marielleagradece
    #jeanwillisagradece
    #massacradosnasfavelasagradecem
    #dordamaequeperdeuafilhaagradece

    E claro,
    #lulalivre

  5. Objetivo principal desta coisa que se formou no Planalto: Apoderar-se de uma vez por todas do orçamento da União. Triste sociedade imbecilizada que a tudo assiste, inerte. Né não?

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