“Cala a boca já morreu”, Ministro?

Acabei de ler a íntegra do despacho do ministro-substituto Raul Araújo, impondo censura prévia aos artista que se apresentam no festival Loolapaloosa.

Poucas vezes vi uma manifestação tão estúpida, embora esteja servindo, objetivamente, para o inverso do que pretendia, porque destaca em toda a mídia e nas redes sociais a campanha por Lula. Só nos “trending topics” do Twitter constam as hashtags “EI BOLSONARO VAI TOMAR NO CU”, “Censura”, “Pabllo Vitar”, “Lulapalooza”.

A onda de reclamações do juiz chegou até ao insuspeito Luciano Huck, que escreveu no Twitter:

Num festival de música, quem decide se vaia ou aplaude a opinião de um artista no palco é a plateia e não o TSE. Ou ligaram a máquina do tempo, resgataram o AI-5 e nos levaram pra 1968?

O Dr. Raul, que não vê crime em outdoors pagos em favor de Bolsonaro e xingando Lula resolveu que ele é e o dono da boca alheia e diz que gritar “Fora Bolsonaro” é crime eleitoral.

Pois só o “fora bolsonaro” e o “f… -se Bolsonaro” foi o que saiu das bocas de Vittar e da cantora britânica Marina Diamandis. A não ser que a toalha com o rosto de Lula seja ilegal e, assim, deveria ser apreendida, com todas as camisetas e bonés que têm o nome do ex-presidente.

O sr. Raul, certamente, não ouviu o que disse a ministra Cármem Lúcia – “cala a boca já morreu” – é candidato ao maior “mico” destas eleições.

Conseguiu criar o maior comício pró-Lula que se podia imaginar.

Com toda a vênia a sua excelência, foi de uma burrice atroz, porque nem é preciso que o artistas falem “Fora Bolsonaro” e sua excelência vai multar uma multidão de dezenas de milhares de pessoas (veja abaixo) entoando o coro que ele acha que pode proibir.

O sr. Raul fez mais mal à imagem do Tribunal que os ataques insanos de Daniel Silveira e Allan dos Santos, justamente quando o TSE se esforça para atrair os jovens a tirarem o título de eleitor. Espere para ver o que acontecerá nos shows de hoje.

 

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