A imagem acima é a do convite feito a Hamílton Mourão pelo Wilson Center, um think tank gerido pelo governo dos EUA, onde o general é referido como alguém que, no meio da paralisia de das crises dos pimeiros 100 dias do governo Bolsonaro, “emergiu como uma voz da razão e moderação, capaz de orientar tanto assuntos internos quanto externos”.
Foi postada por Carlos Bolsonaro no twitter como “prova” da deslealdade do vice-presidente, ao aceitar um convite nestes termos e, numa referência ao pedido de impeachment feito por Marco Feliciano, com um texto que diz que “se não visse não acreditaria” e que que “desta vez não se trata de curtida”.
Jair Bolsonaro não deu trégua ao vice, tornando necessário refletir a razão de não ter deixado este momento de tensão se esvair.
E lembrei de uma máxima militar, de Sun Tzu, no seu “A Arte da Guerra”: usa-se um ataque para explorar uma vitória, não para responder a uma derrota.
Que vitória?
Hamílton Mourão não representa, hoje, uma ameaça à posição de Jair Bolsonaro. No máximo, é uma ameaça em potencial.
Mas é, na prática, um limite que o ex-capitão pode usar como marca em relação à poderosa ala militar que compõe seu governo.
A nota distribuída ontem pelo porta-voz da Presidência, muito provavelmente redigida pela dupla Augusto Heleno-Eduardo Villas-Boas é quase uma capitulação, apesar de dizer que as atitudes de Olavo “não contribuem para para a unicidade de esforços e consequente atingimento de objetivos propostos em nosso projeto de governo”.
“[Olavo de Carvalho] teve um papel considerável na exposição das ideias conservadoras que se contrapuseram à mensagem anacrônica cultuada pela esquerda e que tanto mal fez ao país”.
Nem é preciso ver para saber que as linhas saíram de uma BIC cor verde-oliva.
Os coices de Olavo não teriam importância alguma se não tivessem sido avalizados com a publicação do vídeo onde os solta nas redes sociais do próprio Bolsonaro e no referendo que lhes deram os filhos Carlos e Eduardo.
O astrólogo foi apenas o instrumento de um “recado” presidencial, porque Jair Bolsonaro despreza, tal como Olavo, as camadas superiores das Forças Armadas desde que era um simples tenente-bombardeiro.
Serve-se delas e continua se servindo, agora com a irônica superioridade hierárquica que o mandato presidencial lhe deu.
Hamilton Mourão serve para demarcar a cerca dos valores da hierarquia e da disciplina que a mentalidade militar exige. Olavo de Carvalho é apenas o arame farpado.
11 respostas
Esse Olavo,faz lembrar o outro Olavo,que éra mais culto,que defendia o império,contra a república.|Nisso,são idênticos.
Vilas boas um generalzinho de araque a quem nem a sua doença física, lhe permitu ter uma visão mais humanista da vida.
Sobre a disputa (real) ,algo absolutamente desnecessário entre os dois lados do bando de DELINQUENTES que tomou o poder ,o asno luta para não virar uma rainha da Inglaterra ( algo que era previsto).Morrerá atirando.
O mulão e sua turma,só aguarda o momento certo ,(treinamento militar) para dar o golpe no miliciasno.
Até lá novos lamentáveis capítulos dessa briga de marginais.
Arame farpado ou fio desencapado?
Cada vez aumenta mais minha convicção de que pai e filho estão forçando a barra, para alguém pedir o impeachment do presidente e Mourão assumir.
Acho que eles já perceberam que não têm a menor condição de governar o país e se continuarem no poder, correm o sério risco de destruir de vez o Brasil.
Por isso, fazem tanta bobagem. Quanto antes tirarem o presidente do poder, mas fácil fica para eles dizerem que estavam fazendo tudo certo e que foram golpeados. Desse jeito, toda a família permanecerá na política, sendo reeleitos e mantendo seus privilégios até o fim de suas vidas. Se o Brasil quebrar nas mãos deles, ai vão parar todos na cadeia.
eu acho que isso já estava combinado desde o inicio… para que a ditadura volte disfarçada em democracia…
Imaginem a dor de corno do Bolsonaro ao descobrir que o governo Trump, através do Wilson Center, apela à razão através do Mourão? Essa deve ter doído…
Enquanto militares considerados poderosos continuarem a acreditar que fazer do país a sexta economia do mundo e que incluir milhões de brasileiros na vida econômica e cultural do país e que ganhar o respeito e a admiração do mundo inteiro são uma coisa anacrônica, e que acumular 370 bilhões de dólares em reservas foi uma coisa que fez muito mal ao país, teremos motivos para balançar a cabeça e lamentar. Pelo menos deveriam liberar o povo para votar em quem bem entendesse.
Precisamos de uma “revolução cultural”. Mandar esses caras para um campo onde vão ter que plantar e se alimentarem do que colhem. Vão ter muito tempo para refletir sobre o que é anacronismo.
Ironia: nossos militares serão conhecidos na história como os coveiros da nação.
Como diz o Duplo Expresso: São porteiros de puteiro.
Se é para ser enteguista, fechem essa coisa. O país economizará bilhões por ano.
E o priminho… Brasil, o último a sair puxe a descarga.