“Para quê tanta angústia?“, pergunta o general Eduardo Pazuello, com seu look de Sargento Garcia.
Pelos quase 200 mil mortos (187 mil, hoje, conta redonda nos primeiros dias de janeiro, se não piorar), general, que lhe deviam dar o sentimento de urgência só só não aflige o senhor e seu chefe, pois “pra que a pressa com a vacina, afinal?
A charge do João Montanaro, na Folha de hoje, resume o que o senhor e seu comandante conseguiram fazer pelo Exército Brasileiro: atrair-lhe o nojo e o desprezo.
A única coisa de que se faz um bom abastecimento, neste governo, é de burrice.
Agora mesmo, dezenas de países, prudentemente, vedaram a entrada de voos do Reino Unido, até que se tenha clareza da capacidade de contágio da nova cepa viral (a ironia: ela ganho o nome de B1.1,7!). E o Brasil, até agora, nada. Até o Sudão, general, até o Sudão!
O senhor teve paciência de explicar ao Jair que cepa não é o mesmo que xepa, para que ele não dissesse que era mesmo o final de feira da pandemia?
Porque, general, o senhor já virou objeto de deboche até de seus colegas fardados, como o coronel Péricles Cunha, que disse ao Estadão que “se o despreparo do general intendente no Ministério da Saúde equivalesse ao do Exército, a Bolívia poderia conseguir sua saída para o mar. Pelo Atlântico.”
Não é apenas uma piada, General, é uma piada macabra.
Eu fui impreciso ao dizer aqui, depois da pantomima em que se anunciou um plano de vacinação sem vacinas, de dizer que o “Zé Gotinha” estava amordaçado.
O Montanaro fez o favor de corrigir-me: ele está “pendurado” num pau-de-arara, torturado por estar imóvel quando as pessoas estão adoecendo e morrendo, enquanto o senhor devia estar feito louco, correndo atrás, como intendente, de suprimentos para que a gente possa travar a batalha pela vida.
E gritando a todos que se protejam, que se defendam, porque a munição vai chegar para este combate.
Mas, não. O senhor prefere ir a festinhas sem máscara na casa do governador de Brasília, comemorar.
Pois saiba, general, que o senhor pagará um preço muito caro por estas pequenas delícias que o poder lhe proporciona.
Ainda mais caro, porém, será (e já é) o preço que paga o Exército Brasileiro por ter se avacalhado ao ponto de ser instrumento de um genocida.