O anel que tu me destes/Era vidro e se quebrou/O amor que tu me tinhas/Era pouco e se acabou.
Os versos infantis do “Ciranda, Cirandinha” caem como uma luva – ou um anel – à história contada hoje pelo repórter Chico Otávio – em parceria com Daniel Biasetto – em O Globo, narrando como Sérgio Cabral fez o empresário Fernando Cavendish, da Delta, comprar um anel de 220 mil euros, quase R$ 800 mil, para presentear a então mulher do governador, Adriana. E como o anel teria sido devolvido em 2012, quando empreiteiro se viu às voltas com o escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A história, a qual Cavendish negocia como delação premiada, tem outros ingredientes picarescos, bem próprios do sujeito que governou o Rio e circulou entre PSDB e PMDB no Rio, O empreiteiro diz que tem nota fiscal e extrato do cartão de crédito (cartão de crédito bacana, este, com “limite de mais de 220 mil euros) para comprovar. E entregou foto de Dona Adrina ostentando o que seria o anel no luxuosíssimo restaurante Le Louis XV, no Hotel de France, em Paris.
Ainda assim, nada que a mim surpreenda, nem mesmo a falta da antiga “honra entre ladrões”.
Mas serve para despertar o orgulho de ter estado ao lado de Leonel Brizola, o único político do Rio de Janeiro com quem Sérgio Cabral nunca se meteu a alianças, depois de andar metido colhendo migalhas e armando traições a tanta gente. Ali, ele sabia que não tirava farinha.
Agora, este Cabral está como a Dona Rosa da ciranda: “Faz favor de entrar na roda/Diga um verso bem bonito/Diga adeus e vá se embora”
3 respostas
Lembra da piada ” mulher mostra anel para amiga que diante de tal jóia diz: deve ter custado o olho da cara?
Então a mulher responde: não o outro. ” Neste caso o outro é o do povo.
O coxinha Everaldo Lopes se comporta como aquele sujeito que caiu em um poço e, ao invés de tentar galgar as paredes do mesmo para sair lá de dentro, pôs-se a cavar no fundo do mesmo.
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Uma vez mergulhado no ódio visceral ao PT e ao Lula, o coxinha prefere afundar cada vez mais na irracionalidade, na ignorância e na estupidez, a parar, por alguns momentos que seja, para refletir mais serenamente sobre a situação porque passa nosso país.
Maravilha Nelson! Palmas para seu texto. Esses coxinhas de tanto ódio ficaram cegos.