A Cidade de Deus, palco da trágica queda de um helicóptero da PM, ontem, é um histórico e eloquente retrato do pensamento segregacionista da elite.
Como a Vila Kennedy, foi construída por Carlos Lacerda para o “revival” da política higienista que marcou o Rio nos anos 20, quando se tratava de “limpar” a cidade dos pobres.
A Cidade de Deus, no final dos anos 60 e início dos 70, foi o destino dos removidos das favelas da Zona Sul, como a da Praia do Pinto e da Catacumba.
Ganhou nome de um texto de Santo Agostinho,De Civitate Dei, dedicado a dizer que a história era a luta entre o bem e o mal.
Pouco mais ou menos o que ainda se pensa hoje, com a diferença é que lá, na Cidade de Deus, fica o mal.
Durante quase 24 horas propalou-se que eram os bandidos da Cidade de Deus que haviam derrubado o helicóptero e assassinado os quatro policiais.
Hoje, a perícia preliminar anunciou que não foram encontradas marcas de tiros nem no aparelho nem no corpo dos policiais mortos.
Mas se encontraram, também, outros corpos: sete, crivados de balas, no interior de uma mata perto da CDD, como a chamamos em nossa gíria.
Foram os moradores que os acharam e os depositaram num velório de rua, no Conjunto Itamar Franco, no chão de uma praça.
Narram que têm marcas de cortes a faca e tortura.
Onze seres humanos são, agora, cadáveres.
E a sensação de guerra que, ao que parece, ninguém quer que tenha fim.
O discurso se torna cada vez mais violento e um cidadão, ironicamente de sobrenome “Paz” escreve no jornal Extra: “Tem que colocar o exército na rua, bombardear geral, caso morra algum inocente, não tem importância, numa guerra são baixas aceitáveis e no meio desses não existe inocente, ou é bandido ou é cúmplice, chumbo neles.”
Porque não se termina guerra com guerra e muito menos com guetos, onde é muito mais fácil para bandidos se protegerem, estabelecerem seu próprio clima de terror que só é desafiando pelo clima de terror de “operações” policiais cada vez mais violentas.
A cada uma delas, o crime mais se organiza, mais se arma, mais se torna letal.
A medida mais lógica, mais racional, obvia, é tirar as armas de circulação e por fim à banalização dos fuzis que entram pelas fronteiras ou são traficados por marginais dentro da Polícia e até das Forças Armadas.
Só que isso não dá manchete em jornal, não dá ibope, não dá gritos histéricos pela intervenção militar.
Nem alimenta o ódio, matéria prima sobre a qual brotam, como cogumelos, os demagogos do “bandido bom é bandido morto” bordão do famigerado Sivuca, que ganha uma versão “globalizada” no urro de outro comentarista do Extra.
– Bolsonaro Trump já 2018
Quem sabe sugiram-se muros, cercas, postos de controle, como aos mexicanos?
6 respostas
O preconceito contra os pobres é terrível, mas, a lástima é que boa parte deles votam em que lhes manda dá porrada de todas a formas!…
O povo é covarde não reage. Tente acuar uma fera. Ela reage e quando ela sente que vai morrer tenta provocar o maior dano possivel no adversário. Na guerra é a mesma coisa. Se você está cercado pelo inimigo e sabe que vai morrer de qualquer forma , você trata de fazer o maior dano posssivel no inimigo. A policia no brasil é covarde. S? ataca os mais fracos. Reaja. Eles correm.
Sobre verdades dos mentirosos nazigolpistas, mega[corruptos] e antinacionalistas!
$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$
O GOLPE FOI DADO PARA REINSTALAR O NEOLIBERALISMO
“Temer e/ou os tucanos ou outra qualquer via serve a esse fim: reinstalar o modelo neoliberal, com o desmonte do Estado, o corte radical dos recursos para as políticas sociais, com o ataque frontal aos direitos dos trabalhadores, com o fim da política externa soberana. Tudo se subordina a esse objetivos”, diz o colunista Emir Sader; “A Lava Jato ataca a quadros politicamente mortos da direita, como o Eduardo Cunha e o Sergio Cabral, poupando os que ainda servem ao objetivo central de restauração neoliberal. Podem cair ainda políticos como o Renan Calheiros ou outros, conforme sua utilidade ao projeto neoliberal do golpe. Mas a reinstalação do neoliberalismo é o objetivo central do golpe”
20/11/2016
(…)
FONTE [LÍMPIDA]: http://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/266300/O-golpe-foi-dado-para-reinstalar-o-neoliberalismo.htm
[” Se se desumaniza o inimigo, é mais fácil, etnicamente, suspender as sanções morais contra a sua destruição. O ajuste tácito entre os chefes policiais e as elites étnicas sobre a ordem pública determina que ela seja restabelecida sem contrapartidas, sob um novo prisma, de luta exclusiva contra a criminalidade. A demanda social e econômica das massas segregadas é qualificada como o rompimento ou a tentativa de invalidação de uma ordem natural, social, moral, étnica. Surge o agrupamento por sua condição e com isso, o ressentimento… contra o Estado, Não há nada mais traumático para essas populações faveladas do que as rotineiras e brutais operações militarizadas de expulsão das áreas urbanas invadidas, sua integração e participação nas riquezas nacionais e na política, são aspectos que feririam de morte a balcanização. A neutralização da violência passou a ser considerada como um investimento de valor estratégico e militar, comercial e industrial e não como um problema social e político.” ]
Luis Mir em GUERRA CIVIL
http://passalidadesatuais.blogspot.com.br/2010/12/pessoas-de-pouca-importancia.html
O tal do Cícero Petracco lá dos comentários do facebook não é só debochado, é um babaca completo.
Tá se achando, o tonto…
Isso tudo deve ser um engano, outra invenção da mídia.
O Lula, a Dilma e o Cabral já pacificaram essa “comunidade”, eu vi na televisão.