Não é delação premiada, é confissão espontânea.
Com a pesquisa Datafolha que publica hoje, mostrando que seus leitores, por 51 a 46 por cento, preferem que o presidente do país, enquanto na população em geral o desejo por votar vence de 85% a 10% é a maior prova de que o jornal fala para uma fração minúscula da população, para uma elite que tem pavor da ideia de que o povo possa decidir seu destino.
De fato, basta olhar o recorte de renda do público leitor e ver como este resultado foi possível. Basta um sisteminha de equações simples para verificar que a amostra da pesquisa tinha cerca de 80% de entrevistados com renda acima de dez salários mínimos, único segmento em que prevalece ( 65% a 33%) a vontade de que a escolha seja feita pelos deputados e senadores.
Como na população brasileira os que têm essa renda não passam de 4% não é preciso ser estatístico para dizer que a opinião dos leitores da Folha é a opinião de uma nata que não representa sequer de longe a população.
Veja ao lado o resultado por faixa de renda.
Assim, está explicada a razão de, no editorial que publicou ontem, a Folha ter feito um mise-en-scène pelas diretas que marcam a sua história mas defende as indiretas como “desfecho a ser acatado como legítimo”.
Como dizia em seu slogan publicitário, a Folha é “um jornal de rabo preso com o leitor”. O que, como mostra a pesquisa, que nem sempre vale outra frase, que fica logo abaixo de seu título: “um jornal a serviço do Brasil”.
Talvez o Brasil da elite, não o Brasil do povo.
PS. O Estadão, que não é dado a ir de borzeguins ao leito, parte logo para a ignorância, como editorial “O absurdo das eleições diretas”. A imprensa brasileira vive no tempo do império.
10 respostas
A elite brasileira detesta a democracia! Prefere eleições indiretas na qual ela tem o poder de comprar o voto da maioria dos deputados e senadores tendo assim o resultado que lhe convier! Negocio bom, também em termos financeiros, pois a elite sempre paga a conta com o dinheiro do povo!
Esse jornalão fala com os Brilhantes Ustra.
Não fala com a população.
Fala com a Ditabranda!
É só ver as declarações ultra arrogante do dono!
A folha, o estadão, a veja, são restolhos do Império.
Não é por acaso que a globo é hegemônica no mercado de mídia. Até o império dos Marinho tem sido mais sutil. Defende indiretas, é lógico, mas não vi pesquisa no O Globo ainda falando disso. Aí entra a Folha, atabalhoadamente, e quer ser mais realista que o rei. O rei de todos é a Globo, evidentemente. A Folha, de um jornal tido como moderno e representante de valores mais sintonizados com os tempos atuais, se tornou um panfleto da elite paulista mais detestável. Melancólico o fim desse jornal. Quando acabar, já será tarde.
Perfeito Brito, sua análise está certíssima. A Folha de São Paulo fala para uma fração minúscula da população, uma pequena elite. E não precisa de pesquisa nenhuma para chegar a essa conclusão, basta usar o bom senso. Você conhece alguém que lê esse jornal? Vocês conhecem alguma pessoa que seja leitor(a) da Folha? Eu não conheço. Eu não conheço ninguém que leia esse jornal. Nem entre os coxinhas conhecidos, eles não leem a Folha. Ninguém lê esse jornal. Nós precisamos parar de dar importância para o que esse jornal fala, porque como bem disse o Brito, ele fala para uma fração minúscula da população.
A FOIA não representa o Brasil, apenas a Paulista. E esta nós sabemos em quem vota. Pesquisa “engana trouxinha”. Esses caras se superam a cada dia.
Uma das melhores coisas que fiz na vida foi ter cancelado, há muitos anos, a assinatura desta porcaria e de também não comprar nem exemplares avulsos em banca. Incentivei outras pessoas a fazerem o mesmo. A falha de são paulo tornou-se uma versão diária da veja. Colheu o que plantou, porque virou um jornal sem alcance junto ao público e que não pode ter a menor intenção de representar a “opinião pública”. Agora o lixo da barão de Limeira precisa adular o lixo de leitores que lhe restou, porque não vai conquistar novos leitores como aconteceu quando apoiou, por interesses de marketing, a campanha das Diretas, em 1984/85. Qualquer governo progressista terá enorme facilidade de fechar um lixo destes, basta querer.
A Folha não defende eleições diretas e sim seu cofre, sabe que vai fechar se perder as verbas publicitárias do governo.
Assinantes ela não terá mais, vai permanecer com os escroques que ainda assinam este lixo.
Se você quiser conhecer uma pessoa, pergunte se ela assina a Folha. Se sim, fuja dela.
Ora, quem assina essa merda piguenta? Só burro, calhorda, masoquista ou quem o faz por obrigação profissional.
Elite brasileira? Os assinantes da Folha estão muito longe disso. São, na sua maioria, barnabés que recebem o jornal por assinatura de órgãos públicos de São Paulo e pequenos burgueses que “acham” estar informados. A elite de verdade não lê a Folha. Convenhamos, ganhar mais de 10 salários quando muitos mentem sobre os ganhos não é lá grande coisa. São proletários que sonham chegar à burguesia, não muito diferentes dos que assistem ao Jornal nacional. E tanto o Data Folha como outros institutos interpretam os resultados ao gosto do freguês.