A “recuperação” da economia, todos já sabem, virou fumaça propagandística.
Não é elevação da receita e não pode haver, senão em situações excepcionais e esporádicas – como foram dos R$ 2 bi extras de IR do setor financeiro no mês passado – porque não há elevação da atividade econômica.
O ministro (por enquanto) do Planejamento, Dyogo Nogueira, disse hoje na Câmara, segundo o Valor, que a despesa do governo federal está “descontrolada, cresce sem parar, independentemente dos ciclos econômico ou político” e que o Brasil estava caminhando para um “colapso” como o grego.
Coincidência ou não, o Tesouro Nacional adiou sine die a divulgação do relatório mensal da dívida pública, oficialmente por “restrições operacionais“.
Tirando a dose de terrorismo com que se tenta fazer com que o governo tenta – com muita dificuldade – levar a Câmara a votar o arrocho fiscal, é parcialmente verdadeiro.
Já está claro que não haverá “Shangri-lá” econômico pós-impeachment, que faz tempo o mercado “precificou”.
Meirelles voltou a acenar com um “aumento temporário dos impostos”.
Ficou evidente, na votação incompleta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias que o Governo dispõe de escassa maioria até para aprovar projetos que exigem 257 presentes em plenário e maioria simples entre eles. Foram apenas 260 presentes e 252 votos favoráveis.
O que dirá para o projeto – na mesma linha da LDO – do teto de gastos que, como emenda constitucional, exige 308 votos.
Se Temer resolver “mostrar serviço” com um “pacote de maldades” no pós-impeachment, vai ter mais efeito de propaganda do que de qualquer outra coisa.
É improbabilíssimo que qualquer coisa seja aprovada.
Não haverá quorum para levar nada ao plenário, que só terá os lobos tucanos e demistas.
Se algo for votado, será o reajuste dos ministros do Supremo.
Muito mais importantes para o impeachment que PSDB e DEM.