A Corte da Entrega do Brasil e os conselheiros que não enxergam de perto. Por Nilson Lage

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A implantação do Estado de Mal-Estar Social que se realiza no Brasil lembra-me, pelo impacto e pelo estilo, o Grande Confisco de Zélia, a Monetarista ou A Louca, no tempo de Collor, o Príncipe Marinho. Lembra-me também o momento em que o Professor Fernando, tendo comprado sua reeleição por R$200 mil por cabeça parlamentar, pôs à venda a preço vil o que pôde.

O que não vendeu está-se vendendo agora.

São episódios e agentes longamente preparados.

Marinho catou muitas migalhas que sobravam de Chateaubriand antes de ser descoberto e eleito o Herdeiro da Televisão, Senhor da Verdade e da Beleza no País Tropical.

Fernando, o Desenvolvimentista Dependente, cumpriu seu aprendizado por uns vinte anos, desde que a Fundação Ford o cooptou, em meados da década de 1970. Meireles, o Continuador da Obra de Fernando, aposentou-se como banqueiro em Boston e comprou o cargo de deputado mais votado em Goiás, antes de servir fielmente a Luís Inácio; só se revelou o Neoliberal Autoritário agora que teve condições, em ambiente de esgarçamento institucional.

Culpados?

Não esses políticos de oligarquias manjadas, que são o que sempre foram – vazios, gananciosos e covardes. Nem mesmo os outros, que fizeram um bom trabalho sem perceber a arapuca que se armou nos últimos 14 anos.

Culpo principalmente a área acadêmica das Forças Armadas que, articulada com os bons que o Itamaraty tem, deveria ter consciência geopolítica mais atilada e dar melhor aconselhamento ao aparelho de Estado.

Afinal, conceber um inimigo do outro lado do mundo e não cuidar do outro, o real, às costas, é mera estupidez.

Ou traição.

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