A conta é insuspeita: publicada pelo Estadão, foi feita pela equipe de José Serra.
Os corte do PIS/Cofins sobre a venda de óleo diesel, se total, implicará numa renúncia fiscal equivalente a R$ 28 bilhões por ano, proveniente da comercialização de 55 bilhões de litros do combustível, na média anual dos últimos três anos
É tanto quanto o orçamento do programa Bolsa Famílianos mesmos 12 anos.
Dar um mínimo de dignidade a milhões de brasileiros, como se vê, é muito barato e nada tem a ver com os absurdos tributários do Brasil.
Aliás, para que você compare, é menos que se perde com a isenção total de Imposto de Renda dada, desde o governo Fernanso Henrique, aos lucros e dividendos empresariais, que renderiam R$ 43 bilhões por ano caso fosse aplicada a alíquota de 15% incidente sobre rendimentos de capital. Se fosse aplicada a tabela progressiva, com teto de 27,5%, a receita extra subiria para R$ 59 bilhões por ano, segundo cáculos do Conselho Federal de Economia (Cofecon), com dados de 2015.
Nossos impostos não são, em si, extorsivos. São, sim, muito ruins e incidem sobre os assalariados e a cadeia produtiva, não sobre os ganhos e a acumulação de capital e patrimônio.
As contas da equipe serrista mostram como é estúpida a ideia de que os nossos problemas fiscais derivam de nossos parcos gastos sociais, justamente aqueles que estão congelados pela “Emenda do Teto” imposta pelo Governo Temer.
Infelizmente, porém, os pobres brasileiros não bloqueiam rodovias e, se o fizessem, não haveria este drama que estamos vivendo.
Em meia hora seriam expulsos a bordoadas, como ninguém deveria ser, aliás.