Darcy Ribeiro, uma carta de amor a Vera, à vida, à vera….

Este sábado, 26, é aniversário de Darcy Ribeiro.

Um deles, apenas, é claro: o que está registrado na certidão de nascimento.

Porque Darcy Ribeiro nasceu um bocado de vezes.

Quando desencarnou da Faculdade de Medicina virou antropólogo, coisa que quase ninguém sabia o que era,  nos anos 40.

Quando sumiu nos matos, atrás do Marechal Rondon, para viver com os índios, desconhecidos donos do Brasil que tão malvadamente lhes tiramos.

Ou quando, já maduro, voltou a ser o filho de Dona Fininha, professora de Montes Claros, e foi trabalhar com Anísio Teixeira para educar meninos e meninas para um mundo que vinha querendo também nascer de novo.

E de novo Darcy nasceu, de novo, construtor de uma Universidade que queria ser como a Brasília recém nascida, uma ideia de futuro.

E o político comprometido com o Brasil, que a ditadura mandou para o mundo e o mundo adotou.

E de novo como brasileiro, para morrer de um câncer, que não o matou e o fez renascer. No Rio, exuberante, lascivo e lucidamente doido, como ele para ser o criador dos Cieps.

Para contar a vida deste menino que viveu sempre tão encantado pelo mundo como deve ser uma criança, recolhi uma carta dele próprio, Darcy, à amiga Vera Brant,  da vida inteira, transbordante de paixão, memória e tristeza de quem vê o tempo se acabar e a pilha deveres com o mundo a realizar.

Um carta de amor a Vera, à vida, ao mundo, de amor à vera.

Brasília, hoje de junho, de 1996

       “Vera: Naveguei a noite toda pelos mares bravios da memória. Quase morri. Ondas me arrastaram nas areias do fundo do mar. Ondas leves, espumosas, me alçaram às alturas do céu.

       Vivi, outra vez, vívido meus dissabores maiores: exílios, prisões, dores. Eles dariam para arrasar qualquer coração capaz de infelicidades. Mas revivi também, gozozo, meus prazeres e alegrias.

       Nesta navegação celeste e abissal, um traço grosso, horizontal, cortava todas as ondas: Era você. Verusca. Você menina. Você moça feita. Você mulher. Você madura. Você agora. Sempre a meu lado, mão na minha mão. Às vezes, raras vezes, boca na boca, não mais. Pobres de nós. Coitadinho de mim.

       A primeira imagem me devolve Verinha em uniforme de colégio, entre seus irmãos. Sobretudo no bonde cheio de meninas, aflita para me saudar com a mão, apesar dos pitos da freira. Ainda naqueles tempos está você, quase zarolha de ciúme me vendo cortejar sua irmã que nos veio, paulista, com seu chapelão de palha.

       As ondas me levaram vida a fora. Angustiado, querendo suicidar, afoito, escrevendo romances. Pretensioso, filosofando. Depois fui exportado para São Paulo. Fui ser baiano no meio de tantos gringos. Lá me fizeram todo. Sobretudo a alma, que deu de querer cientificidades antropológicas. Nesta quadra você me vem já moça, seiúda, discretamente bunduda, mas sem coragem de si mesma, me dá a mão fugidia para retirar logo, discreta.

       Viro antropólogo. Antes ainda de virar vejo você, invejoso, dando prum italiano. Assim ao menos me pareceu. Falava alto, fumava exibida e era linda e perigosa. Mandava no Ministro bestão, que só tinha olhos para sua cantora e ouvidos pros barrocos antigos. Você, entendidíssima dessas dissonâncias, mal me vê. Mas de esguelha, me deixava saber que eu existia, veemente, para você.

       As ondas nos rolaram para Brasília nascente. Você era funcionária letra O, candelária. Eu brigava contra Deus e o mundo para fazer a Universidade dos meus sonhos, você olhava e ajudava, sempre me vendo, me destacando entre os homens todos como o não-irmão, queridíssimo, sem saber porquê.

       Nasce a UnB de nossas mãos, querendo ser esplêndida, de um esplendor que só nós víamos. Nós dois e Rosa Maria. Logo se juntou gente em multidão pedindo carona em nosso sonho.

       Lembra-se de meu desespero pedindo socorro a você para reger meus loucos? Sobretudo os matemáticos que não são desse mundo. Precisavam, urgentemente, de um timoneiro que os fizesse baixar o chão do mundo. Veio você, pôs o barco sob as ondas navegando. Um dia teve que salvar um deles que decidira se suicidar porque a mulher o proibira de foder com uma arquiteta que ele experimentara e disse a ela que era muito melhor que ela. Sei que você se lembra.

       Eu, desembargado de minha nau reitora, fui ser Ministro da Educação, você comigo no Gabinete, ordenando em arroubos para arrancar leite daquela burocracia vadia. Deu mais leite do que sabia.

       Voltei com você à Universidade e logo fui chamado à minha aventura maior: passar o Brasil à limpo. Não vi você. Não via ninguém, só conduzia a barcaça enorme do destino nacional, atônito, lúcido de doer.

       Soube de você, Verinha minha, carregada de filhos que não pariu mas queria como a leoa às suas crias.  Fui-me embora para a ante-passárgada, meu primeiro exílio. Você ficou aqui namorando os exilados. Mais tarde foi me ver, me consolar de meus fracassos que eu repetiria outra vez e sempre na luta minha maior para que o Brasil, afinal dê certo.

       A dor que mais me doeu nos primeiros anos de exílio foi ver a nossa Universidade de Brasília ser desmontada pela ditadura. Foi saber dos duzentos e quarenta professores  que levei para lá, na diáspora mais dolorosa da história brasileira, terem que sair à procura de outra Universidade que os quisesse, porque sua dignidade não permitia permanecerem na Universidade humilhada. Tudo isso acompanhei por suas cartas. Lembro-me que, no desespero em que estava cheguei a escrever uma carta, que mandei a você me colocando à disposição dos carrascos para voltar preso ao Brasil se aceitassem esse preço para deixar livre nossa UnB.       Desvarios meus.

       Volto à Patrinha quando os meninos marchavam no Rio. Achava que se eles ofereciam seus jovens corações à bala, eu devia oferecer ao menos o meu fígado, porque já não tinha coração. Vivemos tempos tempestuosos. Jogados daqui prá lá como casquinhas de toletes de cana chupados. Fui preso. Recebi suas cartas doidas de não estar lá presa, comigo, na Fortaleza de Santa Cruz.

       Parto para o meu segundo exílio pela porta que você me abriu, com Berta, obrigando Abgar a forçar jeitoso a ditadura para me deixar sair. Lá fui eu, para além dos Andes, para o mar grosso do outro lado do mundo, para Lima horrible, onde nunca chove jamais, mas cai cada mês em estado, menstrua. Tão forte é a maresia que transcende. Você lá foi ter comigo, viu Lima arcaica e Lima nova, até fez um boneco na praia com a espuma do Pacífico, grossa como a neve.

       Segui meus descaminhos, agora feito romancista, li para você meus primeiros escritos de Maíra. Berta nos olhava sempre suspeitosa. Tanta amizade parecia inverossímil, e era.

       Rodei mundo e em Paris topei, tropecei com meu destino: câncer. Voltei ao Peru pedindo passagem para o Brasil. O câncer era meu cavalo. Pensava com ele voltar à Pátria, mal montado, é verdade, mas posto entre os meus. Meus amigos todos se juntaram, você no meio deles para que a ditadura consentisse que eu voltasse para morrer no Brasil. Custaram a consentir, achavam que mesmo canceroso eu era um perigo.   Por fim autorizaram, quando o meu câncer já ameaçava ficar inoperável.

       Você lá estava com o Mirza no carro do chefe de polícia para me arrancar do avião para a beneficência. Pedi, você se lembra? Pedi para ver a praia de Copacabana alargada e iluminada. Fui, vi, feliz. Depois fui morrer no Hospital.

       Mas não era isso que eu queria. Jessy me arrancou fora um pulmão excedente. Fiquei com o que necessitava para aspirar os ares do mundo e expirar a morte que se aninhava no meu peito.

       Você, Verusca, lá estava me trazendo flores e frutas. No hospital, para os policiais, você era minha irmã, com direito a estar que não davam aos meus amigos. Para a Berta não, você disputava com ela o doente dela, futuro morto dela de que só ela seria a viúva. Feias brigas vocês brigaram ali à beira da minha cama. Mas eu precisava de vocês duas. Brigavam tanto a ponto de assustar mamãe na casa do Max, para onde fui convalescer.

       Voltei depois às andanças por casas alheias e depois, afinal, para a minha casa de Copacabana, a casa da Berta. Minha querida Berta que lá está hoje, morrendo de seu câncer. Eu mal podia andar, a cicatriz ainda visível eu mostrava a meus sobrinhos, filhos do Mário, dizendo que era uma mordida de tubarão. Eles acreditavam. Vivi tão cercado de policias que me incomodava mais que a convalescência. Diziam que estavam me protegendo contra os terroristas da própria ditadura. Mirza achava verossímil.

       Tive de aceitar, obrigado, meu terceiro exílio e as novas tarefas de reformador de universidade e de namorador. Retorno ao Brasil brevemente para lançar o Processo Civilizatório e depois lançar Maíra. Você a meu lado orgulhosa de mim que era seu e dos livros que também eram seus. E não eram?

       Retornando, por fim definitivamente, me meti outra vez na política, para seu desconsolo. Me elegi vice-governador. Criei o Sambódromo e muitas coisas mais. Entre elas meus quinhentos CIEPs, cuja agonia nas mãos do nosso governo me dói tanto quanto a da UnB. Você, orgulhosa de mim, mais orgulhosa agora, do que preocupada.

       Alcanço a idade provecta e viro, como é próprio, Senador da República. Venho prá Brasília e você me dá casa. Primeiro, um apartamento alçado no telhado alto, belo, belo. Depois, na esplêndida casa zanínica em que morei. Tomando café de manhã, almoçando e jantando com você e passando à limpo, em longas conversas, toda a nossa vida, nos perguntando sobre tudo o que há neste mundo. Ainda temos muito que nos ver, nos olhar, nos beijar, nos falar. Verusca, minha amada namorada.

       Me dói muita saudade de nós.

                                                                                                                                                                                                                              Darcy

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

46 respostas

  1. Ler Darcy nos dá orgulho de ser brasileiro, nos dá esperança, nos dá tristeza de não conseguir chegar, nos da raiva das injustiças cometidas, nos dá dor pelas atrocidades, nos trás amor, ternura, conforto através de sua força. Darcy é destas figuras que sempre nos fará falta para nos trazer paz.

  2. Viveu intensamente, transformou, acreditou, amou e foi amado, corespondido. Sofreu por ver o mundo fora da ótica dos outros, mas amou e foi correspondido. O amor move o mundo. Não é a ambição que move o mundo, mas o amor.

    O amor ao próximo, a vontade de fazer algo por outrem. A ambição destroi o mundo e enclausura os seres humanos, tornando-os escravos de si mesmos ou de quem os domina.

    Existem pessoas que vêm ao mundo para viverem intensamente e fazerem a diferença na vida de muitas pessoas. No caso do Darci, na vida de um país, e poderia ter feito muito mais se não tivessem tolhido sua capacidade de mudança.

  3. Eu não acredito em Black bloc, blok-blok, pic ploc e etc. Esses caras são simplesmente bandidos que tem um algo mal resolvido com forças de seguranças de um modo geral e estão aproveitando os movimentos ordeiros para promover badernas e destruições acobertados pelas nossas leis falhas e fracas.

  4. Li a longa entrevista e acho que ela contém pontos interessantes entre os quais a questão envolvendo as sementes suicidas, a Monsanto, e o banimento de tais sementes na Europa e Estados Unidos que ainda não foi adotado no Brasil. Essa, de fato, é uma questão fundamental pois o uso de tais sementes dá, na prática, a Monsanto e outras poucas grandes corporações, o monopólio e controle sobre a alimentação de toda a espécie humana. É fácil imaginar que consequências nefastas isso pode ter, de caráter planetário. No que diz respeito à análise das manifestações em todo o mundo e sobre os black blocs, achei fraca. Em nenhum momento soube colocar, no mínimo em pé de igualdade, o outro lado da questão: as agências de inteligência e organizações paramilitares a serviço da “Empresa” globalitarista que criam as “false flags”. A análise do ilustre sociólogo em muitos pontos me lembrou a de técnicos que se puseram à disposição da mídia para analisar como as torres gêmeas tinham caído sob o efeito da colisão dos aviões. Todos tinham análises técnicas rebuscadas tentando explicar o que era impossível explicar simplesmente porque se tratava de uma armação, uma “false flag”.

  5. Eu não acredito em Black bloc, blok-blok, pic ploc e etc. Esses caras são simplesmente bandidos que tem um algo mal resolvido com forças de seguranças de um modo geral e estão aproveitando os movimentos ordeiros para promover badernas e destruições acobertados pelas nossas leis falhas e fracas.

  6. Eu não acredito em Black bloc, blok-blok, pic ploc e etc. Esses caras são simplesmente bandidos que tem um algo mal resolvido com forças de seguranças de um modo geral e estão aproveitando os movimentos ordeiros para promover badernas e destruições acobertados pelas nossas leis falhas e fracas.

  7. Assino embaixo. O que esta nas ruas é a bandidagem mascarada. O objetivo de Black Bloc é o mesmo de anonymous e outros da mesma espécie, financiados pelo império, tem o papel de descredibilizar o país e o governo. Os movimentos sociais, justos aliás, não podem mais tolerar estes bandidos em seu meio, visto que só ajudam a burguesia e a mídia à criminalizar os movimentos verdadeiros.

  8. Li a longa entrevista e acho que ela contém pontos interessantes entre os quais a questão envolvendo as sementes suicidas, a Monsanto, e o banimento de tais sementes na Europa e Estados Unidos que ainda não foi adotado no Brasil. Essa, de fato, é uma questão fundamental pois o uso de tais sementes dá, na prática, a Monsanto e outras poucas grandes corporações, o monopólio e controle sobre a alimentação de toda a espécie humana. É fácil imaginar que consequências nefastas isso pode ter, de caráter planetário. No que diz respeito à análise das manifestações em todo o mundo e sobre os black blocs, achei fraca. Em nenhum momento soube colocar, no mínimo em pé de igualdade, o outro lado da questão: as agências de inteligência e organizações paramilitares a serviço da “Empresa” globalitarista que criam as “false flags”. A análise do ilustre sociólogo em muitos pontos me lembrou a de técnicos que se puseram à disposição da mídia para analisar como as torres gêmeas tinham caído sob o efeito da colisão dos aviões. Todos tinham análises técnicas rebuscadas tentando explicar o que era impossível explicar simplesmente porque se tratava de uma armação, uma “false flag”.

  9. Li a longa entrevista e acho que ela contém pontos interessantes entre os quais a questão envolvendo as sementes suicidas, a Monsanto, e o banimento de tais sementes na Europa e Estados Unidos que ainda não foi adotado no Brasil. Essa, de fato, é uma questão fundamental pois o uso de tais sementes dá, na prática, a Monsanto e outras poucas grandes corporações, o monopólio e controle sobre a alimentação de toda a espécie humana. É fácil imaginar que consequências nefastas isso pode ter, de caráter planetário. No que diz respeito à análise das manifestações em todo o mundo e sobre os black blocs, achei fraca. Em nenhum momento soube colocar, no mínimo em pé de igualdade, o outro lado da questão: as agências de inteligência e organizações paramilitares a serviço da “Empresa” globalitarista que criam as “false flags”. A análise do ilustre sociólogo em muitos pontos me lembrou a de técnicos que se puseram à disposição da mídia para analisar como as torres gêmeas tinham caído sob o efeito da colisão dos aviões. Todos tinham análises técnicas rebuscadas tentando explicar o que era impossível explicar simplesmente porque se tratava de uma armação, uma “false flag”.

  10. Li a longa entrevista e acho que ela contém pontos interessantes entre os quais a questão envolvendo as sementes suicidas, a Monsanto, e o banimento de tais sementes na Europa e Estados Unidos que ainda não foi adotado no Brasil. Essa, de fato, é uma questão fundamental pois o uso de tais sementes dá, na prática, a Monsanto e outras poucas grandes corporações, o monopólio e controle sobre a alimentação de toda a espécie humana. É fácil imaginar que consequências nefastas isso pode ter, de caráter planetário. No que diz respeito à análise das manifestações em todo o mundo e sobre os black blocs, achei fraca. Em nenhum momento soube colocar, no mínimo em pé de igualdade, o outro lado da questão: as agências de inteligência e organizações paramilitares a serviço da “Empresa” globalitarista que criam as “false flags”. A análise do ilustre sociólogo em muitos pontos me lembrou a de técnicos que se puseram à disposição da mídia para analisar como as torres gêmeas tinham caído sob o efeito da colisão dos aviões. Todos tinham análises técnicas rebuscadas tentando explicar o que era impossível explicar simplesmente porque se tratava de uma armação, uma “false flag”.

  11. Nos momentos mais difíceis do renascimento da nossa democracia, quando tudo apontava para um confronto entre os que oprimiam e os que eram oprimidos, o Brasil optou pela ação pacífica onde os que oprimiam aquels do ” Brasil, ame-o ou deixei-o” mandando seu discurso para afirmar: lugar de brasileiro é no Brasil!

  12. Li a longa entrevista e acho que ela contém pontos interessantes entre os quais a questão envolvendo as sementes suicidas, a Monsanto, e o banimento de tais sementes na Europa e Estados Unidos que ainda não foi adotado no Brasil. Essa, de fato, é uma questão fundamental pois o uso de tais sementes dá, na prática, a Monsanto e outras poucas grandes corporações, o monopólio e controle sobre a alimentação de toda a espécie humana. É fácil imaginar que consequências nefastas isso pode ter, de caráter planetário. No que diz respeito à análise das manifestações em todo o mundo e sobre os black blocs, achei fraca. Em nenhum momento soube colocar, no mínimo em pé de igualdade, o outro lado da questão: as agências de inteligência e organizações paramilitares a serviço da “Empresa” globalitarista que criam as “false flags”. A análise do ilustre sociólogo em muitos pontos me lembrou a de técnicos que se puseram à disposição da mídia para analisar como as torres gêmeas tinham caído sob o efeito da colisão dos aviões. Todos tinham análises técnicas rebuscadas tentando explicar o que era impossível explicar simplesmente porque se tratava de uma armação, uma “false flag”.

  13. Li hoje esse artigo, mas ontem no meu face postei que Marina foi garota propaganda muito bem remunerada pelo Itaú e Natura para associação do nome Rede e a sua imagem. Marketing puro e simples.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *