Datafolha: direita ressuscita Serra, mas Lula segue a assombrá-la

data1O melhor dos nossos jornais é que nem eles acreditam no que eles mesmos publicam.

Pois, afinal, disseram que o PSDB “enterrou” a candidatura José Serra e “consagrou” Aécio Neves, não é?

Tanto enterrou que o Datafolha o ressuscitou e, ao que a própria Folha noticia, também o Ibope o trará como “morto-vivo” eleitoral em sua próxima pesquisa.

E é ele, depois de Marina Silva, o candidato da direita com melhor situação eleitoral.

data2E Marina, como se sabe, é antes um elemento para “roubar” alguns pontos da esquerda, porque o que ela rouba da direita não conta, porque se soma a ela no objetivo de levar a eleição para o segundo turno, como em 2010.

Útil, embora nada inocente.

Aécio não desempaca. Claro que, sagrado – de verdade – candidato do PSDB, subiria alguns pontos. Mas já se viu que não o suficiente para ameaçar a posição de Marina, o que traria consequências desastrosas para candidatos a governador e a deputado da trinca PSDB-DEM-PPS.

data3Já imaginaram o pessoal do Black Blocks chamando o pessoal da tropa de choque de “companheiro”, num eventual segundo turno?

A segunda evidência é que Lula, ainda que afasrtado do dia-a-dia da política e se guardando em um silêncio respeitoso com Dilma e prudente com a mídia – que, sem isso, estaria acusando o ex-presidente de continuar governando – continua com um prestìgio eleitoral que o faria favoritíssimo para vencer no primeiro turno com qualquer quadro eleitoral.

data4E, como Lula é Dilma e Dilma é Lula – identidade que Serra e Aécio jamais irão alcançar – Lula por Dilma ou, se necessário, Dilma por Lula fazem uma dupla que segue sendo arrasadora em qualquer eleição.

O resto é – ou passou a ser – quinquilharia.

Eduardo Campos é só um delírio de quem quer passar do anonimato nacional para algum espaço nacional.

Joaquim Barbosa perdeu qualquer possibilidade de sair do papel que lhe reservaram – e que sua vaidade não suportaria – nesta disputa: o de coadjuvante de Marina, para representar a vestal.

A offshore com sede em seu apartamento funcional em Brasília e patrimônio num condomínio de novos-ricos em Miami o reduz a um udenista de fancaria.

É bom lembrar, entretanto, que a campanha eleitoral não começou e quem tem a posição de vidraça – blindex – é Dilma. Atirar em Lula é algo que – eles já aprenderam – não funciona.

A direita entra em campo, nas eleições, com seu time velho.

Serra e Marina.

Aécio e Barbosa sentiram o peso da camisa.

O primeiro, é jogador de clube, até bom nisso. Nada mais.

O segundo, tal como o Batman, tinha mais máscara que músculos.

E agora está mais para Bruce Wayne, o playboy justiceiro.

A política é um jogo de significados, por mais que os marqueteiros a queiram transformar num jogo de aparências.

A realidade, apesar de todas as máscaras e de todas as mídias, teimosamente obstina-se em aparecer.

Não nos devemos fiar demais em pesquisas, até porque o Datafolha diz que Dilma não teria os votos nem sequer dos que acham “ótimo e bom” o seu governo, que dirá o dos que o consideram regular.

Afinal, o melhor índice que se lhe atribui é 35%, um ponto abaixo do daqueles que a qualificam como boa ou ótima na administração.

Alguém tem dúvida de que, se pudessem, colocariam Serra (ou Aécio, ou Marina) nos 40% ou mais que lhe davam, a esta altura, nas eleições passadas?

A direita está batendo cabeça e vai tentar se compor.

O problema é que a vaidade de seus bafejados é forte e cada um vai aumentando seus ressentimentos e sua artilharia contra o outro.

E o projeto de mudança do Brasil, que cala fundo na alma do povão, não pode deixar que a população se confunda.

Quebrar vidraças e queimar latas de lixo é moleza.

Queimar uma cultura dominante secular, excludente, escravocrata, e os mecanismos de dominação econômicos, são outros quinhentos.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

7 respostas

Os comentários estão desabilitados.