Datafolha: último tiro de Bolsonaro tambem deu chabu

Tendência eleitoral não é aritmética, embora a eleição o seja.

Bolsonaro tinha, como num jogo de sueca, trunfos a descartar.

Trunfos econômicos, e o fez com o “Auxilio Brasil”, os “vales” e as reduções dos preços dos combustíveis, que lançou sobre a mesa nos últimos dois meses e, embora só pudessem lhe dar efeitos positivos, os recolheu magramente.

Não conseguiu se mover entre os mais pobres (menos de dois salários mínimos de renda familiar), onde Lula o vence, segundo o Datafolha divulgado agora há pouco, com mais que um “capote”: 58% a 28%.

Entre os beneficiários do Auxílio, piorou.

Depois, gastou sua bala final, o Sete de Setembro de uma classe média ensandecida com a possibilidade de que o “povão” volte a fazer parte dos objetivos da vida do país.

Foi uma pesquisa feita no seu melhor momento e que, ainda assim, “deu ruim”.

O Datafolha coincidiu com este “última vez que vocês terão de ir às ruas”, mas só rendeu uma oscilação de 2 pontos percentuais para Bolsonaro, que foi a 34%, dentro da margem de erro.

Sem alterar em nada os impávidos 45% que Lula sustenta como líder, Bolsonaro obteve apenas uma elevação de seus percentuais entre a classe média e os mais ricos, como resultado da demonstração de força que deu com os atos de 7 de setembro.

Marolas de superfície, como se disse, na pesquisa anterior, que eram as elevações dos percentuais de Ciro Gomes e Simone Tebet com a exposição midiática provocada pelo Jornal Nacional e pelo debate da Bandeirantes, tento que não se sustentaram.

Ciro, sobretudo, que tem, em tese, uma posição ideológica de centro-esquerda, desidrata diante da disputa real. E com a decisão entre primeiro e segundo turnos dentro da margem de erro, tudo conspira para que sua candidatura se esvazie ainda mais, ainda mais com pesquisas que apontem a decisão em primeiro ou em segundo turno dentro da margem de erro.

A pesquisa, em resumo, não teve boas notícias para Bolsonaro, que não conseguiu fazer valer sobre a base do eleitorado sua inequívoca demonstração de força no Sete de setembro.

Pode, no máximo, ter feito uma pequena marola. Que, talvez, tenha um efeito até negativo adiante, se não se mostrar, como é provável, passageira e mostrar Lula abrindo vantagem nas pesquisas de uma quinzena antes das eleições.

A radicalização da campanha, com um presidente que tem 51% de rejeição absoluta, não precisa de mais do que está acontecendo, e já há tempos: a antecipação do 2° turno do que seria uma eleição, em condições normais, de primeiro turno sem características de decisão, justamente porque há um candidato que, diante da derrota, segue ameaçando “virar a mesa”.

Preparem-se para um Bolsonaro em “modo furioso”, ainda mais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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