Em 1991, recém liberto de seus 27 anos de cárcere, Nelson Mandela esteve no Rio.
Não era presidente, o que só seria em 1994, era o líder do Congresso Nacional Africano, partido que comandava na luta anti-racista.
Leonel Brizola, governador do Estado, resolveu convidá-lo para batizar, com seu nome, um Ciep em Campo Grande, Zona Oeste da cidade.
22 anos depois, as crianças daquela escola homenagearam seu patrono e isso foi matéria na Agência Brasil.
Junto com a matéria chegou a foto do grande Vidal da Trindade, fotografo de O Dia, bela figura, querido companheiro.
Então, partilho ambas com vocês, porque me são gratas, emocionantes e presentes cenas neste dia histórico, em que as lembranças dos que se foram e o amor pelos que virão a ser nos dão força para a gente continuar sendo o que é.
No Rio, alunos do Ciep Nelson Mandela
prestam homenagem ao patrono
Rio de Janeiro – Cartazes com frases de adeus pelos corredores e fitas de luto nos uniformes. Foi assim que alunos e professores do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Nelson Mandela, em Campo Grande, na zona oeste do Rio, homenagearam o patrono da instituição, que morreu ontem (5) vítima de complicações respiratórias. Durante à tarde de hoje (6), todas as turmas da escola se reuniram para prestar um minuto de silêncio e cantar o Hino Nacional, além de recitar frases e cantar músicas sobre Mandela.
Segundo a diretora-geral do Ciep, Luci Gomes Cardoso, o legado do ex-presidente da África do Sul permanecerá na instituição. “É uma honra ser diretora da escola que leva o nome de Nelson Mandela, porque a mensagem dele sensibiliza todo ser humano, em todos os momentos. É muito fácil trabalhar em um colégio como este, porque transmitimos o que ele tanto lutava: união e a não discriminação. As escolas vêm enfrentando muitos problemas, como bullying, mas nós, por meio dos ideais de Mandela, conseguimos elaborar um tema para a nossa instituição: Viver, Conviver e Ser Feliz. Nós sempre levaremos o legado dele, porque é disso que as crianças precisam”.
Em 1991, Mandela fez a primeira viagem ao Brasil, um ano após ter sido libertado da prisão, visitou o Ciep. Claudia Doria da Silva Ferreira, atual professora do ensino básico na instituição, acompanhou a visita.
“A visita de Nelson Mandela nessa escola fortaleceu a ideia de igualdade. Foi muito emocionante, a gente nunca imaginou que uma figura mundial e historicamente importante como ele viesse nos ver. Eu não me lembro exatamente as falas dele, mas o que me marcou foi o seu olhar. Um olhar carismático que transmitia toda a sua história e a sua luta por união racial, social e dos povos. O legado dele ficou. Hoje ele é o patrono da nossa escola, uma figura que deve ser ensinada aos alunos”, destacou a professora.
Nicolas Niqui, de 7 anos, foi um dos alunos que participaram da homenagem: “Nelson Mandela lutou contra a desigualdade entre negros e brancos. Hoje a gente fez uma homenagem para ele, porque ele morreu ontem”, contou.
Líder da luta contra o apartheid (regime de segregação racial na África do Sul), Mandela inspirou movimentos contra o racismo em todo o mundo. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 e foi o primeiro presidente negro da África do Sul, com mandato de 1994 a 1999.
4 respostas
Como é fácil verter lágrimas de emoção com ete blog maravilhoso. Quem dera que tivéssemos mais governadores e também prefeitos inspirados nesse legado de Brizola e diretores e professsores preocupados realmente com a formação de seus alunos, tanto no que concerne ao conhecimentos gerais, copmo a própria dignidade e respeito pelos Direitos Humanos. A batalha ainda é longa, o povo ainda temmuito a aprender, mas muitas sementes estão sendo espalhadas por esse Brasilzão afora e os frutos certamente vingarão no futuro.
assistir barack obama cumprimentar raul castro no enterro de mandela (para desespero dos republicanos) e lembrar de joaquim barbosa negando um cumprimento a dilma roussef na visita do papa evoca muitos sentimentos (nem todos nobres).
Brizola e sua visão de futuro.Emocionante!
Quantas crianças teriam sido salvas do crime, do tráfico, se as idéias de Brizola em relação à Educação tivessem sido levadas adiante pelos governadores que o sucederam. Mas a nossa elite vagabunda não permitiu.