Animado pela disposição do “chefe” Moro, Deltan Dallagnol fez hoje o “pré-lançamento” de sua candidatura – ainda não se sebe se de deputado federal ou senador pelo Paraná, a depender se o ex-juiz vem, como parece, candidato a presidente.
Depois de tudo o que vimos, nem seria preciso, mas torna mais claro o quanto foi político-promocional a atuação destes desvairados e o quanto é necessária uma quarentena extensa para que juízes e promotores não transformem o exercício de seus deveres e prerrogativas funcionais em ferramentas de “pré-campanhas” eleitorais em que o moralismo encobre (e nem tanto) o imoral desejo de transformar em votos e cargos políticos o que deveria ser equilíbrio e isenção.
É tão flagrante que cria mais um obstáculo para Moro, porque evidencia que a Lava Jato foi tocada com projetos e métodos de um partido político ilegal e clandestino e, até no Judiciário, cria um clima mais adverso do que já enfrentam como oportunistas e aproveitadores.
Ninguém fez tanto mal ao sistema de Justiça brasileiro quanto eles.
Talvez sejam piores do que o próprio Jair Bolsonaro que, ao menos, deixou de ser militar antes de propor-se a ser presidente do Sindicato dos Militares.
Deltan torna vidente que a Lava Jato foi uma associação para delinquir contra o princípio da isenção do Judiciário e, portando, contra a Constituição brasileira que lhes cabia respeitar.
Formaram, pois, uma quadrilha.
E precisam responder por isso, senão na Justiça que corporativamente os protege, ao menos no tribuna do voto popular.