Desemprego segue alto e renda do trabalho é a pior desde 2012

Se tivéssemos de escolher uma frase para simbolizar a política trabalhista deste governo, é possível que a melhor fosse aquela que tantas vezes já ouvimos de pessoas desesperadas: “aceito qualquer coisa”.

Claro que, como reação de uma ou um chefe de família, isso é prova do desejo de proteger os seus e um ato de coragem pessoal de quem precisa abrir mão de quase tudo para levar comida para casa.

Mas tornou-se – e com a cobertura da pandemia a justificar tudo, uma política de Estado, bem refletida na frase bolsonariana de que “é melhor um emprego sem direito que direitos sem emprego”.

Os números que o IBGE divulga hoje sobre o emprego – com uma elevação pífia, que nos deixa ainda com 12,4 milhões de brasileiros desocupados, bem mais que um Bolívia inteira, com seus 12 milhões de habitantes – são este retrato.

O desemprego caiu meio por cento; a renda do trabalho despencou 4,5% sobre o trimestre anterior e 11,4% sobre um ano atrás.

Trabalha-se um pouco mais, portanto, e ganha-se muito menos, com o pior resultado para a renda do trabalho desde que esta começou a ser medida, em 2012.

Tudo temperado a uma inflação que devora o salário a 1% ao mês.

Do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal“, diz Adriana Berenguy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

É assim que teremos “recuperação” econômica? Com camelô, venda de quentinhas na calçada e de balas no sinal de trânsito?

 

 

 

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