Pouco depois das 13 horas, o dólar rompeu a barreira de R$ 5,46, um alta de 2,5% desde o início da semana.
Não é só reflexo da insegurança causada pelo risco país crescente, pela chuva de bondades promovida pelo governo federal. É o medo da recessão global, que está provocando uma corrida ao dólar.
O Euro está a mero 1% de passar a ter um valor igual ao dólar, o que até poucos meses era 20% maior.
E tudo está em compasso de espera no mercado financeiro, à espera da ata do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, dando pistas de como será a definição dos juros em sua reunião dos próximos dias 26 e 27.
O dilema é o impasse entre os níveis da inflação norte-americana em alta (8,6% em 12 meses), que deveria fazer com que se elevassem os juros e a queda na atividade econômica (1,6% de queda no PIB do 1° trimestre), que recomendaria manter ou até baixar a taxa dos juros.
Por aqui, isso provoca medo de que haja uma fuga dos dólares que vêm se banhar na praia dos nossos juros altíssimos. Como mostra hoje o Estadão, o Brasil já paga juros reais de 6,7% ao ano, já descontada a inflação, o que dá, em valores nominais, algo como 15%.
A pressão do dólar sobre a inflação, apesar das “mágicas” feitas pelo governo com supressão de impostos é mais que um perigo, uma certeza.
A divulgação da ata do Fed está marcada para o meio da tarde. Há muito espaço para subir o medo da recessão; para cair, bem pouco.