Quem fala o que quer ouve o que não quer, ensinava minha velha avó.
É provável que também tenha lhe dito isso a avó ou a tia do Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Oliveira.
Porque ele tomou pelos ouvidos, hoje, uma resposta atravessada do cerimoniosíssimo ministro Luiz Edson Fachin, presidente do TSE:
‘Quem trata de eleições são forças desarmadas’, disse Fachin ao afirmar que ‘a Justiça Eleitoral está aberta a ouvir, mas jamais estará aberta a se dobrar a quem quer que seja [queira] tomar as rédeas do processo eleitoral”.
Fachin falou ao lado do “alto comando”, ou seja, os outros seis ministros do TSE, algo que dificilmente o general poderia fazer, pois não é, certamente, unânime o apoio para que as Forças Armadas usurpem a função do Tribunal e queiram assumir o ônus de lançar o Brasil, de fato, num regime militar.
O general Paulo Sérgio sabe – e seus pares, também – de outro conselho dos mais velhos: entrar numa briga é fácil; sair, é difícil e penoso.
Mesmo se vierem mesmo a chegar à loucura de um golpe, ou à tentativa de um, além de desonroso, seria desastroso.