Eles cabem no teto de gastos?

 

A demora em restabelecer o auxílio emergencial não é uma discussão para economistas encontrarem a fórmula que permita fingir que se mantém o “sagrado” teto de gastos – que, aqui, é o que está acima de tudo, ao que parece; de Deus inclusive.

Maiá Menezes, Marcia Folleto e Letycia Cardoso , em ótima reportagem na edição de hoje de O Globo mostram que é uma questão incapaz de deixar alguma dúvida a alguém provido de sentimento de humanidade.

Simone, Aline, Naomi, Eliane e Vitória só têm de bonito na vida seus nomes e a força com que lutam para sobreviver.

Eles só não estão no último degrau da pobreza porque há muita gente pior entre os 6,2 milhões de brasileiros que caíram, na virada do ano, na extrema pobreza, com renda per capita de 3 reais por dia, ou ainda menos. Outros 22 milhões cruzaram ou retornaram à linha da pobreza.

Dois meses sem auxílio são dois meses de fome.

Seria interessante se o ministro Paulo Guedes os visitasse para explicar a importância de manter intacto o teto e porque a paridade internacional de preços deve impedir que a D. Eliane, quando consegue comida, tenha que fazê-la na lenha, porque o gás de cozinha é caro demais.

Talvez seus cursos da Universidade de Chicago o ajudem a explicar porque as leis de mercado são irrevogáveis e as do convívio humano podem ser, digamos, flexibilizadas à moda de Maria Antonieta.

 

 

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