Época: o império contra-ataca. Mas faz gol contra

As denúncias da “Época” sobre suposto caso de corrupção eleitoral na área internacional da Petrobras, se são uma reação ao escândalo tucano da Alstom-Siemens, acabam virando uma oportunidade para a Presidenta Dilma Rousseff.

Porque, embora o estilo romanceado – veja aqui uma amostra do “jornalismo de ambiente” – já deixe a gente imaginando quanta criatividade pode haver na matéria – salvo uma menção sem qualquer prova, não há elementos senão quanto a negócios que beneficiassem o PMDB.

E o PMDB é hoje o principal foco de tensão interna da base aliada do Governo, pressionando sem cessar a Presidenta e ameaçando uma rebelião parlamentar.

Dilma não terá o menor problema em mandar apurar tudo, o que a presidente da Petrobras, Graça Foster, fará sem nenhum constrangimento.

Agora, é pra lá de estranho que um Augusto Henriques, ex-funcionário da BR Distribuidora, aposentado há vários anos, que não trabalhava na área internacional na época das eleições – aliás, também o diretor internacional, Jorge Zelada, foi afastado ano passado por Dilma Rousseff – tenha vindo fazer denúncias – contra si mesmo – a esta altura.

Ambos eram ligados à influência do PMDB.

Ou a denúncia é uma manobra de setores do partido para tentar abiscoitar cargos na estatal ou é assunto que a Época tinha guardado para usar em emergências, tanto que nem deu o destaque de capa, o que é inacreditável quando a matéria pode enfraquecer o governo Dilma, embora seja normal quando o caso é contra os tucanos.

E não há dúvidas que o caso Siemens-Alstom é uma baita emergência para o conservadorismo do qual a revista é porta-voz.

Seja como for, sangraram na veia da saúde. Dilma e Graça vão mandar brasa na apuração.

Vale a regra que Lula explicitou ontem: “quem fizer o erro vai ter de pagar”.

 

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