Esforço de memória: lembra do tripé macroeconômico? Com rombo de R$ 200 bi?

tripe

O distinto amigo e a querida amiga talvez tenham de puxar pela memória.

Afinal, não faz tanto tempo, havia uma Santíssima Trindade que não se podia questionar.

Era o famoso “tripé macroeconômico” (será que vai ser preciso ir no Google, para lembrar, que dizia que a felicidade econômica da nação dependia do equilíbrio entre “câmbio flutuante”, “meta de inflação” e “superávit primário”.

Até a fada da floresta se rendeu a ele.

Quanto mais o terceiro subisse, mais baixariam os outros dois, como naquelas equações inversamente proporcionais que nos ensinavam no segundo grau.

Todo dia falavam nele, até pouco mais de um ano atrás.

Agora, dois dos pés do tripé encolheram um pouco:  a inflação baixou e o câmbio está uma maravilha.

Mas o terceiro pé sumiu, como conta Thais Herédia, no G1:

 “o rombo total  [das contas públicas] esperado para este ano chega a R$ 200 bilhões. A meta de déficit assumida pelo governo é de R$ 139,5 bilhões. Quer dizer que, em dezembro, este será o montante de recursos que devem faltar para cobrir todas as obrigações federais. Depois do dado revelado nesta quarta-feira, ficamos sabendo que há mais R$ 58,2 bi faltando nesta equação entre receitas e despesas.
A explicação mais óbvia e que justifica boa parte da má notícia é a revisão da estimativa para o crescimento do PIB. Quando chegaram àquele valor de R$ 139,5 bi, em meados de 2016, o governo esperava que a economia subiria 1,6%. Agora, depois de todas as decepções com a atividade no segundo semestre do ano passado, a estimativa precisou ser corrigida para uma alta de 0,5% do PIB. “

Portanto, o terceiro pé do tripé está sendo cortado em quase R$ 60 bi. Como, no Orçamento e na PEC da Recessão já foi apertado que nem sandália de gueixa, vamos perder os dedinhos.

Dedinho da Saúde, dedinho da Educação, dedinho até do milho que ia – e não vai mais – para o Nordeste alimentar bodes e bois com milho subsidiado, para que o gado morra só de sede e não de fome na seca inclemente.

Dilma Roussef “degringolou as contas públicas” com um déficit de R$100 bi, contando todos os acertos das tais “pedaladas fiscais”.

Michel Temer as está saneando com um déficit de R$ 200 bi.

Como assim? Mas não era a roubalheira da Odebrecht o que nos levava aos desastre nos gastos públicos, não eram as propinas a fonte de todo o mal e agora, com a Lava Jato, elas pararam de existir?

Eu acho que vou na Igreja do Santíssimo Tripé, ver se tenho uma epifania neoliberal que me faça entender oque é essa retomada econômica onde se gasta mais, investindo nada, para ver se encontro algum otimismo.

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17 respostas

  1. Pegaram o tripé e enfiaram no rabo da musa do impeachment. Mas calma ai coxinhada, tem tripé para cada uma das suas digníssimas mães.

    E como coxinha pensa com o ânus, vão relaxar e gozar , seguramente ! Por isso no domingo , vão PEDIR MAIS !!!

  2. Estão investindo nos bolsos das elites e dos banqueiros…isto não gera inflação, pois não há consumo, apenas empoça liquidez. O problema é quando resolverem “usar” esta poça…comprando dólares, por exemplo!

  3. Golpistas e paneleiros jogaram o pais no abismo finaneiro e pricipalmente abismo etico e moral com a ajuda da midia nefasta ,jornaistas sem carater e os super herois de Curitiba.tudo isso com a complacencia do STF.

  4. Seria muito mas simples reeditar a cpmf, mas como a mesma revela a sonegação brutal de impostos, nesse país inclusive da previdência Meirelles não vai desafiar a Fiesp e vai onerar o povo.
    É estarrecedor o que revela Eduardo Guimarães em seu blog sobre o que esta ocorrendo no Brasil. Qualquer indivíduo no Brasil está sujeito as maiores violências se Moro assim decidir, usando o aparato do estado para dar vazão aos seus delírios paranoicos contra o Lula.
    http://www.blogdacidadania.com.br/2017/03/como-se-deu-minha-prisao-e-o-interrogatorio/

  5. Chega de rombo, chega de roubo, chega de hipocrisia, Chega de faz de conta. Pé no traseiro deles, sem exceção. Às Ruas e às urnas, É agora ou nunca. O brinquedinho acabou.

  6. O conceito de “produtividade” no Brasil ainda está atrelado à idéia de escravidão da mão-de-obra.

    É a mentalidade da ‘lata d’água na cabeça, lá vai Maria’. Enquanto isso, no velho oeste americano, sempre que possível tinha um cata-vento para bombear água.

    Investimentos, como asfaltar a BR-163? Investir em educação? Pra quê, se pode-se ganhar produtividade compensando com a miséria?

  7. Domingo a coxinhada vai pras ruas (será?) pra arriar as calças e mostrar o rombo para as câmeras da globo feito a mula, digo musa do impeachment.

  8. Cortaram as três “pernas” da mula manca. Agora ela nem anda mais. Domingo, “famílias inteiras”, vestidas com seu uniforme “amarelo CBF”, irão às ruas exibirem seus cartazes: “Somos todos Cunha”, “Moro é nosso herói”, “Vai que é sua, Temer”, “A nossa bandeira não é vermelha”, etc… tudo isso, e mais vários nus para alegrar os policiais que darão proteção aos “manifestantes”.

  9. O que o santíssimo tripé não explica é que, sem crescimento econômico e Receita em queda livre, não há corte de gastos, demanda retraída e câmbio valorizado que dê jeito: O Déficit primário tende a se tornar cada vez maior.

    Não é à toa que, Meirelles tem deixado cada vez mais latente sua proposta pela elevação da alíquota de determinados impostos federais e/ou a recriação da CPMF.

    Aliás, uma reforma tributária progressiva, é condição importantíssima para que o Estado supere sua interdição patrimonial histórica com relação ao baixo investimento público. Não a única, mas, essencial.

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