Esperança já. Ou mais um mês de medo

Dentro de 24 horas, afinal, saberemos se foi o fim de uma longa espera ou se será uma espera mais longa ainda.

Ainda haverá a angústia de saber se o que irá brotar serão os sonhos de uma vida melhor e mais fraterna ou se o que vai emergir é mais do esgoto que nos vem contaminando a vida.

Sim, há sempre o que fazer: ir à rua com adesivos, conversar com uma parente ou amigo que você percebe silencioso e afastado, participar dos últimas e silenciosas caminhadas dos candidatos.

Mas a escolha está sendo gestada em silêncio e, por mais que as pesquisas a serem divulgadas no final da tarde deste sábado possam sugeri-la, agora é o voto, e não intenção, o gesto que tem significado.

Tem razão a angústia, tem razão a expectativa aflita que você sente. O povão, mostram as pesquisas, teve de decidir e terá de agir quase sozinho, porque a elite do país e a classe média que dá dentes a seus ódios.

Se parte dela refluir, horrorizada pelo que se tornou Bolsonaro, teremos uma decisão já. Se tiver um rasgo de lucidez, ajudará a decidir já.

Não há mais o que usar como desculpa para adiar a decisão.

O voto será um sim à esperança ou à selvageria.

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