O presidente da República disse ontem que a tortura, no período ditatorial, era só um expediente para arranjar “uma indenizaçãozinha”.
Mais tarde, o prefeito do Rio, Marcello Crivella, diante da periferia da cidade inundada pelas chuvas, diz que a culpa é dos pobres, porque escolhem morar perto dos rios porque gastam menos com encanamentos para levar embora “o cocô e o xixi”.
Diante e uma cidade que encerrou a semana do Carnaval com quatro mortes, vários desabamentos e prejuízos enormes para muitas famílias pobres, não é mera estupidez, é sadismo, mesmo.
Se o Estado se omite na urbanização, na implantação de redes de esgoto, na coleta do lixo e da eliminação do único e limitado programa de habitação popular, certamente é culpa dos pobres, que fazem a conta e escolhem as beiras de rio para economizar com o PVC.
Ou que não seguem o conselho de Bolsonaro sobre o “dia sim, dia não”.
Talvez esta semelhança ajude Crivella a ser mesmo o candidato do presidente no Rio.
Tomara que seja, eleitoralmente, um “abraço de afogados”.