“Quem não chora não mama”, dizia a marchinha antiga de carnaval e dizem os possíveis aliados da candidatura Lula, procurando “levar” o que for possível nos acordos de campanha.
Possíveis aliados porque isso inclui, além dos que caminham para formalizar a aliança na costura de uma disputa conjunta das eleições quanto também os que, sem fazê-lo, vão se pendurar, diante do eleitorado, no favoritismo do ex-presidente.
Não se pode dizer, em hipótese alguma, que o PT está exigindo hegemomia nas eleições estaduais. Onde o PSB tem candidatos viáveis, o PT já deu o seu apoio e no Nordeste já não há qualquer problema a ser superado
Idem com o PSD, com Alexandre Kalil em Belo Horizonte.
Por uma das duas legendas, Geraldo Alckmin será o candidato a vice.
Não é pouco, absolutamente e ainda haverá situações onde o acordo surgirá, embora com candidaturas menos expressivas.
Ninguém se assuste com as rusgas, como esse movimento de Eduardo Paes ameaçando fazer no Rio o palanque de Ciro Gomes, ao apoiar o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, ao governo do Estado e dizendo que Lula “não é relevante para eleição no Rio”. Nem Rodrigo Neves pensa assim, tanto que já convidou Lula para seu palanque, no final do ano.
Talvez seja o prefeito quem esteja superestimando sua força eleitoral no Estado, mas o mais provável é que esteja, mesmo, buscando protagonismo.
A conversa vai ficar assim, neste estica-e-puxa até, pelo menos, o final de março, quando começa a chegar a hora da verdade, com o término do período de trocas de partido. Pode ser que vá além, se o Tribunal Superior Eleitoral devolver à formação das federações o prazo para se formarem até agosto e não mais até 2 de abril, seis meses antes da eleição, o que não e provável.
Os espaços estão se estreitando, pois já baixamos de 8 meses até a eleição sem sinal de que mude o quadro de enfrentamento entre Lula e Bolsonaro e , portanto, para que as candidaturas locais passem a depender, também, do que os aspirantes a governador deixem claro de que lado estão.