O deputado-pastor Marco Feliciano, agora que aprovou na Comissão de “Direitos Humanos” o projeto da tal “cura gay”, podia cuidar um pouco da sua cabecinha que anda precisando de uma cura, sem aspas.
Porque, afinal, o pastor anda desenvolvendo uma monomania, destas que os médicos chamam de “transtorno obsessivo compulsivo”.
Que problemas o deputado tem com os gays?
O que cada pessoa faz de sua vida sexual diz respeito a si mesmo.
Bem melhor faria o deputado se combatesse o estímulo precoce ao sexo, por razões comerciais.
Porque é o poder da mídia impondo comportamentos sexualizados, hipocritamente, como se fossem estes a única marca definidora das pessoas.
Isso, sim, é a negação da capacidade e da complexidade da natureza humana, não a sua condição livre e autônoma.
Evangélico, católico, umbandista, muçulmano, ateu, todo mundo tem o direito de crer ou de não crer.
Mas não de impor o que crê.
Minha avó já me ensinava: o seu direito acaba onde começa o direito do outro.
Marco Feliciano está com problemas em entender o direito alheio.
Devia ler, na comissão que, preside, os versículos de Mateus, 23:
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
Condutores cegos! Que coais um mosquito e engolis um camelo.
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade.
Estão ali para tratar dos direitos humanos, tão violados pela pobreza, pela exclusão, pelo preconceito, pelo racismo, pela negação da igualdade humana pelos que se acham melhores que os outros, não o contrário.
Mas se dedicam a coar mosquitos, enquanto engolem camelos.
O que estamos vendo é uma exploração fanática e eleitoreira do sexo.
Ou uma obsessão doentia.
Se for só isso e não farisaísmo, Marco Feliciano tem de desestressar, naquela linha do “está estressado? Vai pescar…”
Pena que não possa ir com seu colega de homofobia na Câmara, o deputado Jair Bolsonaro, que está multado por ficar pescando numa reserva ambiental.
Os dois iriam se entender bem.
E, talvez, ficarem mais calmos quando esta anomalia que envergonha o nome da Comissão de Direitos Humanos for derrotada, no momento em que não prevalecer a chantagem sobre deputados que se amedrontam com as ameaças de uma “maldição” eleitoral lançada por grupos religiosos.
2 respostas
Maravilhosa reflexão, FB. Seria ótimo se ele e outros que o seguem nessa deformação de personalidade lessem com muita atenção o seu texto. Parabéns!
o problema osmilda, é que não lêem nada e quando lêem, não entendem. as interpretações são muito particulares…
Os comentários estão desabilitados.