Fundamentos da economia são as pessoas, ó turma do tripé…

emprego

A pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, divulgada esta manhã pelo IBGE é longa e detalhada.

Merece, portanto, que suas mais de 250 páginas sejam lidas e analisadas com atenção.

Mas há alguns dados impressionantes, que seleciono para vocês.

Dados  que mostram a imensa injustiça e o imenso desafio de corrigi-las.

E como uma década de políticas socialmente justas nos fizeram avançar.

O homens e mulheres que vivem enchendo a boca para repetir, como um mantra, a tal história da “perda das conquistas”  de Fernando Henrique, de “tripé macroeconômico”, deveriam ver estes números olhando nos olhos das pessoas que eles retratam, porque se trata de gente e não de simples números.

Vamos, portanto, a eles, olhando seres humanos em cada uma destas informações.


escol
A média de anos de escolaridade dos 40% mais pobres aumentou  significativamente.

Entre os 20% mais pobres, passou de 3,3 para 5,2 anos e, nos 20% seguintes, de 4,1 para 6,1. Dois anos a mais na escola.

Mas ainda temos 8,7% de analfabetismo, concentrado no Nordeste (17%) e entre os 20% mais pobres (taxa de 15%). A proporção de crianças de 8 anos de idade que ainda não haviam sido alfabetizadas, é alta: 10,2%, embora tenha baixado dos 17,1% registrados em 2002.

Mas é no ensino superior que o salto é mais expressivo: em 2002, apenas 29% dos jovens brasileiros entre os 18 e 24 anos de idade estava, como deveria estar, cursando o ensino superior. Dez anos depois, esta proporção passou para 52%.  E vejam, dentro deste total, como apesar das cotas raciais, a injustiça ainda é grave: entre os jovens brancos essa proporção chegou a 67%, enquanto entre os jovens negros e pardos está em apenas 37%. Um belo recado para o “dromedário”, não é?

Enfim, os indicadores são todos ainda muito ruins, mas certamente muito melhores do que quando se encerrou o período do professor Fernando Henrique.

O salto mais espetacular foi, porém, no emprego.

Veja lá em cima 0 gráfico sobre o número de empregos formais, com vínculo empregatício. E as observações com que procurei traduzir o que aquilo significa: o de que quase dobrou o número de empregos formais, com garantias trabalhistas, disponíveis para cada homem e mulher deste país!

Não é preciso fazer um texto de tom “ideológico”, basta transcrever os comentários técnicos do IBGE:

Nesta década, houve um aumento significativo da proporção de trabalhadores em trabalhos formais, que passou de 44,6%, em 2002, para 56,9%, em 2012. Neste período, o crescimento foi de 12,3 pontos percentuais e ocorreu uma variação um pouco maior no caso das mulheres (13,1 pontos percentuais). Dentre os fatores que contribuíram para esse resultado, pode-se citar a retomada do crescimento econômico, o aumento da renda real, a redução do desemprego, a política da valorização do salário mínimo e a política de incentivo à formalização,como, por exemplo, a criação do Simples Nacional.”

E junto com o trabalho decente veio uma renda menos indecente:

Na última década, o crescimento do rendimento real da população ocupada de 16 anos ou mais de idade foi de 27,1%; para a população em trabalhos formais, esse crescimento foi de 13,6%, enquanto entre os informais o aumento foi de 31,2%. Para as mulheres em trabalhos informais, esse ganho real chegou a 38,5%. A política de valorização do salário mínimo e o aumento da remuneração em algumas categorias ocupacionais, como a de trabalhadores domésticos, cuja variação tem sido superior à da inflação para o período, influenciaram esse resultado.

A remuneração do trabalhador brasileiro ainda é muito baixa, mas aí estão os inegáveis avanços, muito embora permaneçam as distorções regionais, de gênero e, sobretudo, ainda existam cerca de 30 milhões de trabalhadores à margem dos direitos previdenciários.

Mas o que se conseguiu em 10 anos, mais que uma vitória porque ainda temos muitas vergonhas nesta terra, é a certeza que o Brasil não pode deixar que voltem os fantasmas do passado, mesmo que travestidos de rostinhos novos, carregando as mesmas ideias velhas.

Essa é a batalha deste momento na longa guerra que teremos de travar contra cinco séculos de exclusão, atraso e desumanidade.

E é por isso que nós não precisamos nem conversar sobre o que nos compete fazer por nosso povo, pelo país de nossos filhos e de nossos netos.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

8 respostas

  1. Diferentemente dos governos neoliberais, os governos progressistas têm o compromisso de buscar o crescimento sustentável da economia (o que inclui controle inflacionário, viu PIG?), calcado num projeto de desenvolvimento econômico que tem na inclusão social a sua viga mestra, sem se descuidar da política de geração de emprego. Os números estão aí, evidenciando a melhoria.

    Se a direita deixasse de lado a prepotência e agisse com menos egoísmo, poderia dedicar atenção a um projeto em que abdicaria de enfraquecer o Estado, buscando com ele parceria saudável, combinando desenvolvimento com equidade social. Não precisaria agora estar com mentirinhas para enganar o povo, apregoando a adesão ao Bolsa Família, tratado com desdém por ela, que o apelidava de “bolsa esmola”.

  2. Lula e Dilma, tem seus indices estudados em todas
    as faculdades de Estatisticas.
    São as únicas que sobem, e descem.
    Já o exemplo de outros, são os que se mantem
    estagnados….
    É muita alegria para este final de ano.
    Mas fiquem espertos, os caras não descansam..

  3. Tem gente que acha que a Economia é um fim, o povo deve servir a Economia. Esse não tem rumo. Só pensam na Economia, nos fundamentos econômicos. São os fundamentalistas da Economia, mantenedores do status quo, feitores da Casa Grande. São os garantidores dos bens dos 1%.
    Tem gente que pensa diferente, pensa que a Economia é um meio para melhorar a vida do povo. Pensam no povo, e ajustam os fundamentos econômicos em razão disso. São os transformadores, que, na velocidade possível, mantem a organização da Economia mas priorizam os bens do Estado para o povo. São os odiados pelos 1%. E eu voto nesses.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *