Inacreditável o ataque ao banco de dados da vacinação contra a Covid e imperdoável que o Ministério da Saúde não tenha tomado medidas de segurança quanto à preservação das informações de cadastro e vacinação de mais de 150 milhões de cidadãos brasileiros.
A história está para lá de mal contada, uma vez que, se havia alguém contra a utilização destes cadastros – não se sabe por quantos dias inviabilizada – era o próprio governo, com sua oposição declarada ao passaporte de vacinação.
Mas a forma que ocorreu é absolutamente tosca, com um “bilhete” cheio de erros de português e uma referência a um email @ctemplar, um provedor que se orgulha de aplicar criptografia de ponta a ponta nas mensagens eletrônicas, de tal forma que nem eles podem saber o conteúdo.
Ctemplar é, segundo eles, uma contração das palavras Cryto e Templário, os cavaleiros medievais, aliás, tão ao gosto de grupos de extrema direita.
Óbvio demais, claro, para ser alguma pista. Talvez por isso mesmo, uma pista.
É preciso de respostas rápidas ao caso, até porque todos falam em um violação primária, que, diz a Polícia Federal, nem teria destruído a base de dados e teria deixado o registro da conta usada para o acesso indevido ao sistema.
Impressiona, porém, a facilidade com que se consegue penetrar em sistemas que deveriam ser seguros, com métodos que nada tem a ver com as histórias de “hackers capazes de invadir o Pentágono”.
Dezenas de países no mundo têm arquivos assemelhados com registro de vacinação e não se tem notícia de que algo semelhante tenha acontecido.
Ainda mais num governo com obsessão em segurança e num ministério que montou este cadastro quando era dirigido por um general e com dúzias de coronéis a bordo.