Hilde retira “pisada na bola” praiana. Menos mal, mas segregação ao sol não vem de ontem, não…

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A colunista social Hildegard Angel andou, com toda razão, levando uma chuva de críticas por ter sugerido mudar o itinerário dos ônibus e, se necessário, até cobrar ingresso nas praias do Rio para evitar que “hordas e hordas de jovens assaltantes e arruaceiros” invadam a orla.

Menos mal que “cansada de levar pedrada”, ela retirou o texto de seu blog.

Melhor faria se tivesse se retratado do que ela própria chamou, ao escrever, de medidas  ” antipáticas e discriminatórias”.

Mas é assim mesmo, todo mundo está sujeito a dizer besteiras num momento de irritação.

O problema, e não é só dela, é que algumas pessoas se acham com mais direito que os demais a algo que não pertence a ninguém: a praia.

E que, se pertencesse, nestes dias de calor de Saara no Rio de Janeiro, justificaria uma revolução.

Esta é uma história que vem de longe e que vivi de perto.

Até 1984, só uma linha de ônibus passava pelo Túnel Rebouças. uma obra caríssima projetada e iniciada por Carlos Lacerda e terminada por Negrão de Lima, em 1967.

Era o raríssimo 473, Penha-Jardim de Alá(embora seu ponto final fosse no final do Leblon).

Havia outros ônibus ligando a Zona Norte à Zona Sul, mas pelo Flamengo e alguns pelo Túnel Santa Bárbara, entre eles o 456, ou quatro-cinco- méier, porque era do subúrbio do Méier que ele partia e era assim que eu e outros adolescentes o chamávamos, inclusive alguns que se aventuravam a carregar dentro dele uma prancha de surfe, com a qual andavam até perto do Pier de Ipanema.

Pois o Brizola, inconformado que o túnel, construído com o dinheiro de todos, só servisse, quase, aos que tinham carro (e carro era quatro ou cinco vezes mais raro que hoje, naquele tempo), mandou a Companhia de Transportes Coletivos do Estado criar três linhas: a 460, 461 e 462, saindo da estação de trem de São Cristóvão e chegando a Ipanema, Copacabana e Leblon.

Um trajeto, se tanto,  de meia hora, metade do que levava por outras vias.

Foi o que bastou para, insuflada pelo Jornal do Brasil – O Globo ainda era um jornal algo chulé – começasse uma campanha de ataques ao povão que chegava, calorento, esbaforido e alegra à praia.

Joaquim Ferreira dos Santos traduziu este sentimento em uma antológica crônica, no mesmo jornal – que maravilha era o velho “Caderno B” – da qual mostro as primeiras linhas e o espírito, recomendando que seja lida aqui:

“Ipanema, essa senhora cada vez mais gorda e poluída, reclama de novas estrias e dentes cariados em seu corpanzil: agora é culpa dos ônibus Padron, a linha 461 que, há um mês, está trazendo suburbanos para seu “paraíso”, numa viagem de apenas 20 minutos, via Rebouças. É o que dizem seus moradores, inconformados. Ouçam só:

– Que gente feia, hein?! (Ronald Mocdes, artista plástico, morador da Garcia D`Ávila, bem em frente ao ponto do ônibus).

– No outro dia eu saí da loja com um vestido comprido, alinhado, e você precisava ver o que aconteceu. Me chamavam de urubu, um horror. (Débora Palmério Fraga, gerente da Gregorio Faganello).

– É chocante dizer, mas eles estão desacostumados com os costumes do bairro. Nem vou mais à praia aqui. É farofeiro para tudo quanto é lado, olhando a gente de um modo estranho. Ficam passando aquele bronzeador. A sensação é de que eles estão invadindo o nosso espaço. (Maria Luiza Nunes dos Santos, ex-freqüentadora da praia da Garcia D`Ávila e que agora só vai ao Pepino).”

Não foi o pior do JB, legítimo porta-voz da Zona Sul carioca e sua biodiversidade.

Meses depois, o jornal se superaria, com um editorial em que dizia estar Brizola asfaltando os acessos dos morros do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, para que os assaltantes tivessem mais facilidade em subir de volta à favela depois de, digamos, fazerem seus “ganhos”.

É curioso que o túnel da discórdia, que proibia e depois proporcionou, para horror da elite, o acesso dos pobres e pretos “feios” à praia chama-se Rebouças, em homenagem aos irmãos André e Antônio Rebouças, negros baianos que se tornaram engenheiros pelo único caminho que permitia ascensão dos pobres durante o século XIX e boa parte do XX, o Exército Brasileiro.

Um dia, talvez, as pessoas da elite brasileira entendam que a única maneira de “acabar com os pobres” não é lhes por grades, mas fazerem ascender, educarem-se e serem diferentes do que eram seus próprios bisavós ou trisavós: brutos, grosseiros, toscos e brancos.

E que alguém criado nesta sociedade não fique chocado, como eu fiquei, com a feiúra e a miséria das crianças de uma favela (que eles chamam “vila”) gaúcha em que passei, de jipe, nos arredores de Uruguaiana, com Brizola em 1989, perseguido por uma “horda” andrajosa de guris que chapinhavam na lama.

Todos eles louros e de cabelinhos claros, uma cena incompreensível para um carioca que achava que a pobreza era negra ou mulata.

Viva a diversidade humana! Viva a tolerância!

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49 respostas

  1. Fernando, em Salvador aconteceu a mesma coisa quando fizeram uma via expressa do Bairro de Brotas, de classe média baixa, para a Pituba quer na época era classe média alta..até os comentários eram os mesmos, a ideologia da Casa Grande é uma só..a grande Hilde pisou na bola dessa vez..

    1. Que porcaria é essa Silvia Pilz…parece mentiraaaaa essa matéria! Na verdade eu gostaria muito que fosee!

  2. se depender dessa elite desgraçada , sem vergonha , sangue suga, exploradora e tudo mais. nos seres humanos que nao pertençam a essa corja de esgoto , nos seriamos jogados numa vala de lixo e seriamos enterrado vivo. essa é a vontade desses nazistas de olhos azuis. isso é fichinha perto do que eles desejam para nos. eu ata a admirava , nao sei se é preconceito e ou ela foi infeliz no comentario. com o passar do tempo vai mostrar a cara com certeza.

  3. É o aparthaid tupiniquim . O sonho dourado da casa-grande moderna: a senzala separada por muros enormes ( aliás teve um ex vice-governador do Rio de Janeiro que pensou em fazer um muro cercando a Rocinha :
    Luiz Paulo Conde ).

  4. Paulo Francis era outro que se batia pela retirada dos ônibus que traziam pessoas do subúrbio para a praia.
    Odiava-os.
    Aqui em Sampa existem bairros de classe média alta em que os ônibus só circulam no entorno. A uma distância segura para que as domésticas tenham acesso ao bairro e nada mais. Houve mesmo um movimento para que os moradores pudessem fechar as ruas com guaritas e cancelas.

  5. Tudo bem, mas para além das platitudes esquerdistas, qual a solução que o blogueiro aponta para o problema dos constantes arrastões que acontecem nas praias nos fins de semanas? Eu reformaria o Código Penal no sentido do aumento temporal das penas, progressão de regime mais demorada e redução da maioridade penal para 16 anos.

    1. Além do exaustivo trabalho jornalístico, com pouco dinheiro entrando (dei minha mísera contribuição do mês, Brito), ainda quer que ele ache a solução pra todos os problemas?
      Ponha a cabeça pra funcionar, Marola! Vamos ajudar pensando também!

    2. Marola, quem sabe em vez de somente pensar em penas maiores, não seria melhor pensarmos em mais escolas de tempo integral, mais escolas profissionalizantes, mais esporte na adolescência, mais bibliotecas???

      1. Uma coisa não exclui a outra. No Brasil, alguém que cometa um assassinato, em 10 anos está livre. Quanto aos menores que promoveram os arrastões. vc pode ter certeza que no próximo fim de semana estarão lá de novo fazendo a mesma coisa.

      2. Educação é uma excelente solução, mas de longo prazo, Gerson. E o fato de frequentar escola não impede o jovem carente de cometer pequenos ilícitos, incentivado pela “turma”. A praia deve ser um espaço democrático e aberto a todos, mas o problema da insegurança pública causada por essas pequenas gangues também existe.

    3. Eu ia dizer reduzir a desigualdade social, mas isso certamente deve estar incluído no que vc chama de platitudes esquerdistas. Então não digo.

      1. Vc vai ficar por aí esperando Godot. A redução da desigualdade é objetivo de longo prazo e por si só não dá conta do problema do aumento da criminalidade. Como vc explica que apesar da elevação do padrão de vida das camadas mais pobres, as estatísticas continuam a apontar para o aumento dos indices de criminalidade?

        1. Uma política de segurança pública que não pense somente em prender, extorquir e matar seria um bom começo. Reduzir idade penal, majorar penas e outras genialidades não parecem estar dando certo. Não é pra hoje? Não, não é. Mas tem que começar em algum dia. Que seja amanhã.
          Mudar ou tentar mudar o “alvo” do assaltante é que não me parece fazer sentido. Se ele não puder ir à zona sul vai fazer o que? Roubar na favela mesmo? Aí pode?

        2. desejo de consumo. Em uma sociedade capitalista é determinante que você TENHA para SER alguém. E é preciso que as pessoas saibam que você TEM para poder respeitá-lo. Ou então você será apenas mais um na multidão.
          Sentimento esse que as novelas, os telejornais e outros programas nos impõe diuturnamente. A novela tem um papel importantíssimo na construção de um perfil humano a ser seguido.

          Esse sentimento não acaba simplesmente com mais acesso à renda. Afinal, o que mais vemos é milionários e bilionários que querem cada vez mais milhões e bilhões. Ou pessoas que ascendem à classe média e tornam-se cada vez mais reacionárias, xenofóbicas, intolerantes… que defendem apenas a punição (do outro) para manter seu status intocável.

          Esse sentimento só acaba com muito estudo. O problema é que a educação cada vez mais é direcionada a preencher um perfil de mercado. Reproduzir o sistema e não entender e questionar o sistema. Os governos petistas também seguiram essa cartilha. Por isso muitos que subiram das classes E e D para a C, tornaram-se reacionários de carteirinha e, inclusive, contrários à programas sociais.

          Esse aprendizado se conquista nas disciplinas de Humanas. Nelas você passa a entender que, infelizmente, não são as pessoas que têm dinheiro, mas o dinheiro que tem as pessoas. Por isso muitos não veem problema em matar para preservar o seu patrimônio.

          Muitos países ditos civilizados (bem mais desenvolvidos em questões humanas) já vem substituindo prisões por outras penas. Mas é preciso mudar a cabeça das pessoas. Todas elas… mostrar que é preciso ter amor ao público, à coletividade… ou seja, menos individualismo, menos egoísmo.

          Infelizmente nós estamos caminhando para um caminho inverso. Achamos que corrupção é monopólio de quem está no governo. Achamos que não temos responsabilidade com a ética e com a preservação do patrimônio público. Achamos que apenas nossos interesses bastam. Danem-se os outros, desde que eu esteja bem…

          Falta-nos um pouco mais de utopia…

          1. Brilhante resposta, Ana Maria. Parabéns pelo bom senso! Coisa rara, infelizmente, na atualidade.Abraços!

    4. A longo prazo, mais inclusão social e mais redução das desigualdades sociais, no curto prazo, que tal mais policiais à paisana na praia !? ‘Pô, mas daí o mauricinho não vai poder fumar o seu baseadinho sossegado na praia’ … Que fume em casa, antes de ir para a praia, pô !! KKKKKKKKKKKKKKKKK …

      “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

    5. Lá pelo meio do século XVIII, Cesare Beccaria já afirmava que a inibição do crime decorria da certeza da punição e não do rigor da pena. Você está longe das luzes do iluminismo. Mais do que direito penal, a vingança. Sua sugestão está mais para Mussolini do que para Beccaria.Ainda bem que você não pode reformar o código penal…

      1. Sempre aquele velho cacoete de debatedor brasileiro de tentar dar peso a própria opinião citando um medalhão. Faça uma comparação entre as penas impostas no Brasil e as nos países desenvolvidos. O descompasso é brutal. E por último, poupe os leitores desse ar de auto-conferida superioridade moral ao tentar pespegar de forma caluniosa o rótulo de fascista a quem diverge da sua(?) maneira de pensar. Fica bem em inquisidor, não em alguém que se pretenda pautar por idéias humanistas.

  6. Parece que o Marola não leu o texto! “O blogueiro”, que é esclarecido, já deu uma parte da receita: “Um dia, talvez, as pessoas da elite brasileira entendam que a única maneira de “acabar com os pobres” não é lhes por grades, mas fazerem ascender, educarem-se e serem diferentes do que eram seus próprios bisavós ou trisavós: brutos, grosseiros, toscos e brancos.” Precisa desenhar? Ou a platitude mental impede a compreensão de algo assim tão simples, mas que exige coragem e vontade de participar da mudança ao invés de discordar sem nada propor?

    1. Olha Vander, também achei a idéia da Hilde pra lá de esdrúxula, votei no Brizola em todas as eleições em que êle concorreu aqui no Rio, apoio a ênfase na educação e faço votos que o Cid Gomes possa fazer um bom trabalho nessa área. Agora eu lhe pergunto, vc iria SEM SUSTO com sua família à o Posto 8 em Ipanema num domingão em que a praia estivesse lotada? Com todo o respeito, tenho minhas dúvidas. Se ficarmos esperando a melhora dos indicadores sociais de forma que a turba que promove os arrastões se eduque e tenha condições financeiras bastantes para abandonar esses comportamentos anti-sociais, vamos passar um tempão sem ir a praia.

      1. Você deu a resposta mais lógica a seu próprio questionamento, Marola! Se os pobres precisam “esperar” pela melhora dos indicadores sociais para terem mais oportunidades de melhoria em sua qualidade de vida, então por que os mais abastados(classe média para cima) não podem ficar esses mesmo tempo sem ir à praia? Não vejo problema algum nisso. Abraços.

  7. Fernando Brito, Parabéns!!! Vou reproduzir no jornal da Igreja!
    Douglas Quina
    Mogi Guaçu – SP.

  8. Quem escreve o que quer, recebe pedrada de quem não quer.

    Qual seria a próxima “ação” da Dona Hilde? cercar as praias?

  9. Temos que tirar das mãos da Direita, as bandeiras da melhora da segurança pública. Em qualquer país desenvolvido menor de 16 pode ser responsabilizado criminalmente e cumprir penas privativas de liberdade, por que que em Pindorama não pode? Eu digo porque, é a cultura do passar a mão na cabeça, na qual sonegar impostos é visto como um pecadilho, furar fila no trânsito indo pelo acostamento ou dirigir embriagado causando mortes são outros. Causar a morte de calouros em trotes violentos, ah qualé, isso é bobagem, foi um acidente. E vai por aí a fora. Não quero para o meu país o extremo rigor das leis americanas, mas que as leis brasileiras podiam ser um pouquinho mais duras, ah isso podiam.

    1. Marola, estou a ver q vc é dá marola… Qdo as leis americanas são de extremo rigor? Se fora; Nova Iorqui não estaria vivendo um terrível impasse, com a polícia fazendo seu trabalho de limpeza social, contra a negritude. Mto engraçado; igual a nossa PM, aqui, lidando com a massa… É neguinho, já sai perdendo. Pronto. Resolvido. Cara, essas misérias são iguais; aqui e ali, nos Estaites… O q varia, ou vareia (pra vc nunca deixar de entender), é a força q a sociedade oferece às instituições. Se o povo tem um nível, qq q seja, melhor, a polícia tem mais visibilidade e força. Ora, como aqui, estamos diante de 500 de colonialismo… Fica fácil a gente compreender. E vem, vc, querer comparar, em sua escalada de argumentações, q nos estaites… A questão é simples, quem dá o tom da conversa está propondo cercar a praia e cobrar entrada. Se possível, cobrar, alto… risos. Convenhamos, ô da marola, corre o risco de os frequentadores usuais não possuirem grana, suficiente, pra despender nesse novo imposto. Já nem paga imposto de herança, imposto sobre a riqueza, o da sonegada renda… Quer o q?
      Acho q não tem saída, meu caro Marmota; vamos combinar… De segunda, até sexta-feira: seria a vez dos locais e seus assemelhados. Sábado, domingo e feriado… os dias dos favelados, das comunidades carentes (Lindo, não? Os carentes poderiam ir ao Arpoador, escurecer as areias claras e sair na porrada com os guardas municipais, do nosso Prefeito, sem duplo sentido).
      Particularmente, eu entendo q os carentes têm direito de ir e vir, em qq canto da cidade… Afinal, eles já trabalham, duro e ganham pouco, a semana inteirinha… E precisam dar vasão à vitalidade, afinal… tbm. Além do mais, os turistas, mesmo, ao sairem dos hotéis, já são instruídos pelos porteiros a não frequentar a praia, frontal aos hotéis… São aconselhados a tomar o BRT, de banhista, em direção da praia da Reserva; lá não tem arrastão… Essa atividade está restrita, agora, às orlas assoreadas pelos menos assistidos… No fundo, imagino, q daqui a uns dez ou quinze anos de PT, governando, o pré-sal já ofereceu bastante grana pra educação; e essa massa-assustadora já estará melhor domada, pela cultura e formação profissional… Tenho convicção. Abração, companheiro ( Faz de conta; ‘tá?… )

      1. Simas meu prezado, na moral, não tem necessidade de vc fazer esse esforço todo para parecer sarcástico, é preciso engenho e arte para ser bem sucedido nesse mister, qualidades que vc definitivamente não possui. Portanto leia com atenção o texto que vc pretenda criticar, antes de dar vazão (com z, entendido?) a esse amontoado de relinchos verbais sem nexo que escreve. Qualquer leitor por mais mediano que seja seu discernimento vai entender que país que pune assassinatos com penas que variam de prisão perpétua, pena de morte, ou alentados anos de cadeia sem direito a condicional é mais rigoroso em suas leis do que um outro em que alguém que cometa um crime abominável como foi por ex. o assassinato da Daniela Perez ou tantos outros de triste memória, saia da prisão utilizando meios perfeitamente legais em menos de 10 anos, como o que ocorreu com Guilherme de Pádua e sua comparsa. Sugiro que antes de apertar o play dando início a sua diarréia verbal leia o que foi escrito pela pessoa da qual vc julga estar divergindo. Em nenhum momento endossei as soluções apontadas pela Hilde, por achá-las esdrúxulas e claramente irrealistas. Quanto ao resto da sua requentada pseudo-esquerdista gororoba, permita-me não gastar tempo precioso comentando, minha úlcera não iria me perdoar. Eu o (não)vejo lá no Posto 8 no próximo domingo, valeu?

        P. S.: e procure ser um pouco mais respeitoso com quem vc entabula uma conversação na área de comentários de um blog, não vai lhe arrancar pedaço, garanto.

    2. Sabe porque as leis brasileiras são tão leves, e cheias de brechas, além de infinitos recursos(utilizados, claro, por quem pode pagar os custos das “fianças” e de advogados particulares)? Simplesmente porque as classes dominantes não querem ser punidas. A legislação penal é feita sob medida para a impunidade dos ricos. Ah, as Leis americanas realmente são duras…para os negros e /ou pobres. Analise as estatísticas. Abraços!

  10. … Essa declaração não pode ter sido proferida pela mesma Hildegard Angel que cunhou o termo MENTIRÃO em solidariedade às vítimas da Ação Penal 470!

    Não pode ser!

    Alguma sósia da Angel entrevistada por algum(a) jornalista do folhetim ‘veja’!

    (E se o Poder Público passar a cobrar tarifas enquanto permissão para que as pessoas deixem suas respectivas casas em direção às ruas, às praças, às escolas, ao comércio…?!)

  11. PQP!
    Que rata da Hildegard…
    Será que esse povo não pensa antes de postar uma asneira dessas?
    Que tristeza…

  12. Muito ruim!!! e essa Silvia Pilz..ahhhh o ser humano! Queria muito que essas matérias não tivessem sido publicadas, lidas, enfim, quanto preconceito.

  13. Brito, essa história dos ônibus e o Brizola me lembrar da música daquela banda de rock nacional lá dos anos 80, sobre favelados que descem o morro para invadir as praias…
    pois é, sabemos que o vocalista daquela banda, muito provavelmente, hoje, defenderia construir muros nas favelas e instalar catracas nas ditas praias…

    1. Se vc tá achando que tá tudo uma maravilha, se arrisca então a ir a praia no posto 8 domingo. Já frequentei quando ir a praia era um lazer normal sem perigos. Hoje? Nem me pagando eu vou.A esquerda adora ficar malhando as Scherazades da vida (que diga-se de passagem, merece todo o opróbrio do qual é alvo) porque é mais cômodo e não requer muito esforço, agora não apresenta uma mísera solução, fica tudo sempre pras calendas gregas,quando a sociedade estiver finalmente resolvido a questão da desigualdade. A China alçou 300 milhões à classe média, mas lá não tem conversa não escreveu não leu, executa.

      1. Marola. Estamos cheios de problemas, quase todos de selvageria nas relações humanas. Sociais, pessoais, econômicas. Mas outro dia mesmo pôs-se dois milhões de pessoas na praia, no reveillon, sem grades, cercas ou ingressos e (quase) na mais santa paz. Portanto, não é impossível. Um fim de semana no Rio, nestes dias em chamas, é um grande evento. Somos capazes de fazê-los, não é? Mas com ódio não faremos.Eu percebo que você fala sem ódio.Nem creio que a própria Hilde o tenha feito. O problema é o que acabamos fazendo, como dizia aquele Chaves da TV, “sem querer, querendo”

        1. Talvez essa calmaria se deva ao simbolismo da data,e ao fato de que durante um certo período os possíveis meios de evasão dos malfeitores (transportes coletivos) estão indisponíveis, não sei. Agora, vc sabia que a taxa de homicídios cresce nas favelas e complexos à epoca das festividades natalinas., parece que se instaura um clima de acerto de contas entre a bandidagem. Por outro lado, como assim, sem querer querendo? Eu proponho a revisão do Código Penal no sentido de endurecer as penas e diminuir a maioridade penal, não me vejo movido pelo ódio propondo isso. O problema aqui no Brasil é que tudo ou é 8 ou 80, da brutalidade indizível da ditadura para a permissividade sem freios da democracia, não há meio termo.

          1. Caro Marola,

            Por que o endurecimento, as ações drásticas (e ponha drásticas nisso) dos EUA e seus aliados do Ocidente rico contra o terrorismo apenas vêm contribuindo para aumentar ainda mais o terror?

            O Estado Islâmico, por exemplo, é resultado direto dessa política.
            O índice de violência e uso de drogas no Afeganistão aumentou em níveis estratosféricos após a longa guerra.

            Bem, talvez os EUA devessem devastar o Oriente (especificamente onde há culturas islâmicas e, de quebra, a China e a Rússia) com bombas nucleares? Reproduzir Hiroshima e Nagasaki? Talvez devesse trancafiar os sobreviventes em campos de extermínio?

            Talvez fazer o que os nobres médicos brasileiros recomendaram aos nordestinos? Esterilização? Podemos fazer isso com os bandidos brasileiros, que tal?

            Sabe, famílias que insistem em tratar os seus filho apenas com violência tendem a produzir adultos mais violentos ainda. Se você procurar exemplos de famílias desestruturadas (não falo do ponto de vista financeiro), a violência (em sentido amplo) estará lá.

            Se penas duras fossem solução para tudo, os EUA seriam o país mais pacífico e mais igualitário do mundo e o Iraque e Afeganistão seriam, hoje, oásis da paz.

            Você cita Scherazade… pois bem… ainda estamos esperando que ela leve pra casa os “jovens” (traficantes e milicianos) que espancaram o rapaz negro e o amarraram à um pelourinho, digo, poste…

            Grande abraço e bem-vindo ao debate…

  14. Gostei do Brito. E deu saudade do Brizola, porreta aquele homem. Lembro da minha mãe mandando a gente ficar quieto cada vez que ele aparecia para falar.

  15. É, a elite quando morre ganha uma lápide no túmulo, mesmo que esteja seu espírito no inferno. Os pobres, os descamisados muitas vezes nem uma cova rasa. Mesmo que seu espírito esteja mais próximo de Deus.

  16. Há alguns anos fui fazer uma visita a um amigo, no bairro de São Conrado, Rio de Janeiro. Ele residia num daqueles prédios altos mas o apartamento dava vista para a Rocinha. Jogávamos baralho à tarde quando um dos visitantes, que morava em outro estado, foi à varanda, olhou para a Rocinha e indagou dizendo: “já pensaram se um dia os “do morro” resolverem descer e virem morar aqui, perto da praia?” Não há forças de segurança para impedir um ato dessa envergadura. Seria considerado uma inversão social ou convulsão social? Gastaram mais de 500 anos fabricando a desigualdade social e empurrando os desassistidos para as favelas, guetos e alagados. Quantos anos serão necessários para desfazer a explosão iminente?

  17. Eu li um pouco os comentários e Marola quando fala em redução da maioridade penal tem que ter em mente que somente deve abranger os chamados crimes hediondos (como ele mesmo mencionou um: assassinato). São crimes que não poderiam ter atenuantes e cumprida a condenação na sua totalidade (preso mesmo).Caso contrário teríamos as prisões cheias de adolescentes que praticaram delitos que não ferem em nada a sociedade. Policiais levam para a Delegacia até crianças com gaiolas ou porque furtaram uma fruta.

    E quem atenuou a lei dos crimes hediondos foi o próprio STF que determinou que o condenado tem direito a progressão de pena (fudeu a vítima e ajudou o criminoso).

    1. Silvio, há uma crise de autoridade e a população associa isso ao que julga ser frouxidão e leniência do discurso de esquerda em relação ao combate ao crime, o que proporciona terreno fértil para os Bolsonaros e Scherazades da vida propagandearem seus discursos de ódio. Acho que segurança tem que ser sim, uma parte fundamental do programa de qualquer governo, de que partido for.Quem são os maiores prejudicados com os arrastões? Exatamente aquela gente humilde que vem dos subúrbios para desfrutar uma das poucas diversões grátis disponíveis ao carioca, qual seja,ir à praia.O que me deixa perplexo é ver que esse estado de caos que se instaurou nas praias nos fins de semana, acaba sendo visto como coisa normal, miséria cotidiana a qual o cidadão tem que se conformar.

  18. Aqui em Salvador,o prefeitinho ACM Neto do capeta fez o mesmo,tirou os onibus da linha de Cajazeiras(bairro periferico) da Barra(bairro nobre) apos a reforma da orla da mesma,para afastar os pobres do bairro

  19. O FDP, digo, fhc, que gostava de dizer que o o problema do BRASIL é que aqui tem muito pobre, ‘assim não pode, assim não dá’ !!!, dizia o fanfarrão. O problema do BRASIL não são os pobres, o problema do BRASIL é a pobreza, causada pela má distribuição de renda, que está toda concentrada nas mão de meia dúzia de primadonas elitistas sonegadoras offshore !!!

    Só com a erradicação da pobreza e com a possibilidade de acesso á educação, saúde, trabalho os pobres podem melhorar suas condições, fazer planejamento familiar, desenvolver consciência ambiental e ascender socialmente, integrando-se realmente à Nação.

    (Se bem que tem muito riquinho ou metido a rico, com formação acadêmica, que joga lixo na rua, que usa o material da repartição como se fosse seu e como se não houvesses amanhã, e que sequer desliga o estabilizador de seu computador quando sai de férias…)

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  20. PRETOS, PRETAS E PRETINHOS
    by Ramiro Conceição

    Em Vitória, existe a famosíssima Ilha do Boi… A maior concentração por metro quadrado de mansões capixabas… Algo semelhante ao Morumbi ou à Serra da Cantareira, em São Paulo.

    Durante décadas, por essas plagas, ocorreu algo mui singular… Uma gente injustiçada e branquinha se apossou do mar… Como?… No final das vielas de acesso às praias, foram construídos paulatinamente jardins… Sim, muito bem planejados: pedras, pedras, pedras, espinheiros, espinheiros, espinheiros e, com capital toque arquitetônico, pedra-espinheiro-pedra-espinheiro-pedra… Ah, tais elaborações concretas são obras-primas eco-ambientais, pois nem sequer uma abelha consegue passar sem espetar a própria bundinha… Resultado final? Pequenas praias particulares adjacentes a piscinas particulares, a quiosques particulares… Ou seja, o retrato vivo, concreto, da questão sobre o que é efetivamente público, ou privado, no Brasil…

    Mas nem tudo é só justiça… Há também a terrível injustiça…: o Estado deixou duas prainhas ao populacho… Coisa terrível… Coisa terrível… Chega a cortar o coração quando branquelos brasileiros, com seu costumeiro rancor, com sua costumeira violência, com sua costumeira ignorância, são obrigados, principalmente nos finais de semana, no interior de seus carrões com vidros pretos, a conviver de passagem com a existência de pretos, pretas e pretinhos que invadem as duas praias, ainda não cercadas…

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